domingo, 4 de maio de 2025

190 anos depois da Gênese da Fundação de Santa Cruz da Barra do Corda.

 


Por Creomildo Cavalhedo Leite (*).

 

Tenho cópias de Testamentos, Inventários, Arrolamento e Partilhas de Bens de vários personagens que estiveram presentes na segunda Povoação Oficial, a partir da segunda quadra do século XIX, com a leva de desbravadores que partiram da antiga Freguesia São Bento dos (de) Pastos Bons, passando pelo Arraial de Campo Largo, à esquerda das barrancas do rio Alpercatas, subindo pela pioneira estrada real que dava acesso as Fazendas São Bernardo e Fazenda São Miguel, de gado vacum e cavalar;

Implantadas com autorização expressa e às custas do Império após 1820, conforme é citado de forma sucinta e instigante, pelo valoroso Antônio Bernardino Pereira do Lago, Tenente-Coronel do Real Corpo de Engenheiros, nomeado por decreto de 21 de novembro de 1818 de Dom João VI, para servir na Capitania do Maranhão com a missão: "de levantar a Carta topográfica da Capitania, (...)

"acompanhado por seu desenhista, o Tenente Joaquim Cândido Guilhobel, e guiado pelo piloto Cipriano José de Almeida..."

"No mesmo ano (1820), fez estabelecer, no distrito de Pastos Bons, duas fazendas de gado, que em poucos anos aumentaram a produção..."

cuja abrangência alcançava às cabeceiras do riacho Ourives que deságua no então, Rio da Corda, e também nas proximidades da Aldeia Mucura (mais tarde seria batizada com o nome São Lourenço), e também no Povoado Leandro o qual é citado pela autora Carlota Carvalho na sua Obra "O SERTÃO Subsídios para a História e a Geografia do Brasil."

E o Povoado: São Joaquim dos Mello, seria fincado, bem como muitos outros, deixo aqui exarado um em especial: Maracanã, foi lá que, o Major Antônio de Souza Carvalhêdo (meu Tataravô Materno) e sua família implantaram a sua Fazenda Jacoca, em 1849, e nela o meu Bisavô Materno, Anastácio de Souza Carvalhêdo, trabalhou com sua família. E pelo menos dois dos seis filhos nasceram na sede da grande Fazenda Jacoca: o meu avô Materno, Hortêncio de Sousa Carvalhêdo, e sua irmã Anália de Sousa Carvalhêdo.

Antes de mergulhar nesta pesquisa, eu tinha curiosidade e indagava: Por que, o bravo e destemido Manoel Rodrigues de Mello Uchôa, teria penetrado pela região das areias em busca do local conhecido como: "Forquinha do Rio da Corda", até então não fazia sentido para mim, hoje vislumbro que para o visionário Mello Uchôa, era a rota mais prática, bem diferente do roteiro empreendido, nas palavras de Carlota Carvalho, que cita:

"Em 1831, Raimundo Maciel Parente, nascido no Baixo Mearim, subiu este Rio levando muitos escravos africanos e fundou uma fazenda agrícola na confluência de um riacho que nominou Corda."

Raimundo Maciel Parente e muitos outros abnegados e bravos heróis que permanecem nas sombras, merecem, também, o brilho da coroação e reconhecimento pelo legado e pelas muitas realizações efetuadas naquele tempo cheio de desafios, pois, não fraquejaram; seus feitos até hoje merecem um lugar especial no Panteão dos Heróis de Barra do Corda.

Parabéns a todos que amam esta bela Cidade e sua rica e profícua história e pelo seu Aniversário de 190 anos.

(*)


Creomildo Cavalhedo Leite é barra-cordense de Santa Vitória, funcionário público, genealogista, historiador e pesquisador, mora em Palmas (TO)..


Nenhum comentário:

Postar um comentário