Por Creomildo Cavalhedo Leite (*).
Tenho cópias de Testamentos,
Inventários, Arrolamento e Partilhas de Bens de vários personagens que
estiveram presentes na segunda Povoação Oficial, a partir da segunda quadra do
século XIX, com a leva de desbravadores que partiram da antiga Freguesia São
Bento dos (de) Pastos Bons, passando pelo Arraial de Campo Largo, à esquerda
das barrancas do rio Alpercatas, subindo pela pioneira estrada real que dava
acesso as Fazendas São Bernardo e Fazenda São Miguel, de gado vacum e cavalar;
Implantadas com autorização
expressa e às custas do Império após 1820, conforme é citado de forma sucinta e
instigante, pelo valoroso Antônio Bernardino Pereira do Lago, Tenente-Coronel
do Real Corpo de Engenheiros, nomeado por decreto de 21 de novembro de 1818 de
Dom João VI, para servir na Capitania do Maranhão com a missão: "de
levantar a Carta topográfica da Capitania, (...)
"acompanhado por seu
desenhista, o Tenente Joaquim Cândido Guilhobel, e guiado pelo piloto Cipriano
José de Almeida..."
"No mesmo ano (1820), fez estabelecer, no distrito de
Pastos Bons, duas fazendas de gado, que em poucos anos aumentaram a
produção..."
cuja abrangência alcançava às
cabeceiras do riacho Ourives que deságua no então, Rio da Corda, e também nas
proximidades da Aldeia Mucura (mais tarde seria batizada com o nome São
Lourenço), e também no Povoado Leandro o qual é citado pela autora Carlota
Carvalho na sua Obra "O SERTÃO Subsídios para a História e a Geografia do
Brasil."
E o Povoado: São Joaquim dos
Mello, seria fincado, bem como muitos outros, deixo aqui exarado um em especial:
Maracanã, foi lá que, o Major Antônio de Souza Carvalhêdo (meu Tataravô
Materno) e sua família implantaram a sua Fazenda Jacoca, em 1849, e nela o meu
Bisavô Materno, Anastácio de Souza Carvalhêdo, trabalhou com sua família. E
pelo menos dois dos seis filhos nasceram na sede da grande Fazenda Jacoca: o
meu avô Materno, Hortêncio de Sousa Carvalhêdo, e sua irmã Anália de Sousa
Carvalhêdo.
Antes de mergulhar nesta
pesquisa, eu tinha curiosidade e indagava: Por que, o bravo e destemido Manoel
Rodrigues de Mello Uchôa, teria penetrado pela região das areias em busca do
local conhecido como: "Forquinha do Rio da Corda", até então não
fazia sentido para mim, hoje vislumbro que para o visionário Mello Uchôa, era a
rota mais prática, bem diferente do roteiro empreendido, nas palavras de
Carlota Carvalho, que cita:
"Em 1831, Raimundo Maciel
Parente, nascido no Baixo Mearim, subiu este Rio levando muitos escravos
africanos e fundou uma fazenda agrícola na confluência de um riacho que nominou
Corda."
Raimundo Maciel Parente e muitos
outros abnegados e bravos heróis que permanecem nas sombras, merecem, também, o
brilho da coroação e reconhecimento pelo legado e pelas muitas realizações
efetuadas naquele tempo cheio de desafios, pois, não fraquejaram; seus feitos
até hoje merecem um lugar especial no Panteão dos Heróis de Barra do Corda.
Parabéns a todos que amam esta
bela Cidade e sua rica e profícua história e pelo seu Aniversário de 190 anos.
(*)
Creomildo Cavalhedo Leite é barra-cordense de Santa Vitória, funcionário público, genealogista, historiador e pesquisador, mora em Palmas (TO)..
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