Robert Redford - imagem do Google |
Luiz Thadeu Nunes e
Silva(*)
Na semana passada, após dia
corrido, assoberbado de afazeres, cheguei em casa, refestelei-me no sofá, uma
taça de Malbec. Maratonando nas plataformas de streaming, deparei com “Nossas Noites”.
Pelos atores principais, Jane Fonda e Robert Redford, sabia que seria um ótimo
filme para uma noite de sexta-feira. A película conta a história dos vizinhos,
Addie Moore e Louis Waters, ambos viúvos, que concordaram em dividir a mesma
cama para espantar a solidão; logo descobrem outros sentimentos. “Nossas Noites”,
de 2017, dirigido pelo indiano Ritesh Batra, é um filme sensível sobre a
solidão na velhice. Muito bom. Os dois atores tinham: Jane Finda, 78 e Redford,
80 anos, quando filmaram “Nossas Noites”.
Terça-Feira, 16/09, acordei com a
mídia noticiando a partida de Robert Redford, ícone do cinema mundial, aos 89
anos, em seu rancho em Sundance Mountain Resort, em Utah, EUA.
Não se contará a história do
cinema sem citar o nome de Charles Robert Redford Jr. (1936-2025), pelo
reconhecimento do seu trabalho, não apenas como ator e, mais tarde, diretor;
mas também pelo importante papel na defesa, criação e divulgação do cinema independente.
Além de ativista ambiental.
Redford construiu uma das
carreiras mais sólidas e respeitadas de Hollywood, tanto diante quanto atrás
das câmeras. Ator consagrado desde os anos 1960, ele se destacou em clássicos
como “Butch Cassidy” (1969), “Golpe de Mestre” (1973).
Sua longa filmografia levou-o a
trabalhar com diretores como Sydney Pollack, Arthur Penn ou Alan J Pakula, para
este último tendo interpretado o papel de Bob Woodward em “Todos os Homens do
Presidente”, filme de 1976, que relata a investigação jornalística que permitiu
desvendar o escândalo de Watergate.
Ao longo das décadas, recebeu
prêmios importantes, incluindo o Oscar de melhor diretor por “Gente como a
Gente” (1980), consolidando-se como um artista multifacetado. Ele também levou
um Oscar honorário em 2002, por ser uma “inspiração para cineastas de todo o
mundo”. Nesse período, Redford também se envolveu em um breve romance com a
atriz brasileira Sônia Braga, que ganhou projeção internacional a partir dos
anos 1980.
Além do trabalho no cinema,
Redford deixou sua marca como produtor e ativista. Ele fundou o Instituto
Sundance, que mais tarde deu origem ao Festival de Sundance, uma das principais
vitrines do cinema independente mundial.
O sucesso do trabalho do Sundance
Institute (fundado em 1981) e do próprio Festival de Sundance que, criado em
1978, se firmou, levando a cada ano ao festival: atores, realizadores, outros
profissionais e dezenas de milhar de espetadores a Salt Lake City (Utah).
Redford não era adepto à
exposição e preferia viver recluso em um rancho isolado em Utah. Foi um dos
primeiros atores a ficar conhecido por seu engajamento ambiental — embora não
gostasse do rótulo de “ativista”. Em 2018, anunciou sua aposentadoria da carreira
de ator. Em “O Velho e a Arma”, seu último filme na frente das câmeras,
interpretou Forrest Tucker, um assaltante em seus últimos dias de carreira.
Natural de Santa Monica
(Califórnia), Robert Redford, levou a sua carreira profissional à televisão (em
séries como “Alfred Hitchcock Apresenta” ou “Twilight Zone”) e aos palcos do
teatro, estreando-se no cinema em 1960 em “Tall Story”, filme de Joshua Logan
no qual recriava um papel que já tinha interpretado na Broadway.
A sua longa filmografia levou-o a
trabalhar com realizadores como Sydney Pollack, Arthur Penn ou Alan J Pakula,
para este último tendo interpretado o papel de Bob Woodward em “Todos os Homens
do Presidente”, filme de 1976, que relata a investigação jornalística que
permitiu desvendar o escândalo de Watergate. Entre os títulos mais marcantes da
sua obra estão ainda filmes como “Dois Homens e Um Destino” (1969), “A Golpada”
(1973), “Os Três Dias do Condor” (1975), “África Minha” (1985) ou, mais tardio,
“Quando Tudo Está Perdido” (2013), fulgurante história de um navegador
solitário em apuros, contada com um único ator.
Charmoso, elegante, discreto e
respeitado, Robert Redford, saiu de cena, sem alarde, dormindo, em casa; bem ao
seu estilo.
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E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br
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