Praça S. Sebastião - anos 60 (Cortesia da família de José da Cruz O. Torres) |
José Pedro Araújo
A
Solenidade de elevação do município de Curador – elevado de vila à
condição de município em decorrência da Lei nº 820, de 30 de dezembro de 1943,
este fato foi comemorado intensamente pelos moradores do Curador, mas somente
em 28 de junho de 1944, no ano seguinte, ocorreria a efetiva solenidade oficial
de criação.
A
instalação/criação de um novo município é assunto que merece comentários nos
principais círculos políticos de um estado, pela importância que o ato possui,
e, por isso mesmo, as pessoas que assinam a ata de sua instalação, passam à
posteridade com seus nomes marcados para sempre na memória histórica da cidade.
Posto isto, abaixo, relacionaremos o nome desses felizardos cidadãos e cidadãs
que participaram do solene ato, unindo de forma indissolúvel suas histórias a
deste município:
ATA DE INSTALAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE CURADOR, ESTADO DO MARANHÃO:
Aos
vinte e oito dias do mês de junho de mil novecentos e quarenta e quatro, na
sede do município, presente o Sr. Secretário da Prefeitura Municipal de Vargem
Grande, neste ato representando o Exmo Senhor Interventor Federal no Estado do
Maranhão, Dr. Paulo Martins de Sousa Ramos, e o senhor Prefeito do município de
Barra do Corda, também presente numerosas pessoas da comunidade do Curador,
declaro iniciada a presente solenidade. No final, a presente vai assinada por
mim e por todos os presentes que desejarem assinar o presente documento.
Testemunhas:
Jamil de Miranda Gedeon,
Manoel Gomes, José Lúcio Bandeira de Melo, Virgulino Cirilo de Sousa, Luiz
Gonzaga de Sousa, Gil Arruda Léda, Adalberto Macêdo, Pedro Sereno, Antônio
Macêdo, Salomão Soares, Gerson Sereno, Antônio Alves Quirino, Arlindo Paulo da
Silva, Nacôr Gomes da Silva, Abdon de França, Deusamar Melo Lima, Judite Rios,
Delta Falcão, Francisco(Chico) Barros, Zilda Barros Meneses, Valdir Meneses
Silva, Eleusina Carvalho Araújo, Frei Gomes, Joana Lima de Macêdo, Eduardo de
Melo Falcão, Josefino Marques Monteiro, Sebastião Gomes de Gouveia, Cícero
Macêdo, João de Deus Ferreira, Ilídio Fialho, Anastácio Melo, Nelson Sereno,
João Silva, Ataliba Almeida, Ataliba
Moreira Lima, Pedro Neto, Miguel Araújo de Carvalho, Valeriano Américo de
Oliveira, Áurea Melo Lima, Maria
Nogueira, Teresinha Meneses, Jovina Sousa, Maria da Cruz Meneses, Zilda Araújo
Melo, e Ambrozina Barros.
Estes cidadãos e cidadãs que
desempenhavam as mais variadas funções testemunharam o ato sagrado que elevou à
condição de independência o Distrito de Curador, registrando para a posteridade
seus nomes nas páginas iniciais do livro de registro dos atos mais importantes
do município. Desde então trilhamos sozinhos os caminhos que nos levariam ao
progresso, mas também ao estado de grande beligerância que tomou conta da
política local e terminaria por enlutar algumas famílias com o derramamento de
sangue de alguns dos seus entes queridos. O ato de escolha dos seus
administradores, que deveria ser um processo democrático e livre de todos os
vícios, passou a envolver métodos abomináveis e de um coronelismo puro e
selvagem. Logo na escolha dos primeiros interventores, a instabilidade política
deu o tom do que veria a seguir, passando da simples interferência política à
violência estremada e fatal. E por conta disso, alguns membros das principais
famílias vieram a tombar sob a lei das armas e das balas. E nesse tempo as
rendas municipais eram ínfimas, mal dando para fazer face às despesas mais
urgentes.
O Curador, a partir de então, passou a
ser visto como um lugar sem lei e sem ordem, como se pode ver nos jornais da
época em que, amiúde, notícias sobre confrontos sangrentos encabeçavam as
manchetes dos jornais da capital. Menos mal que esses tempos ficaram para trás
e hoje a violência que nos cerca é comum em todo o território nacional, e
possui causas relacionadas às drogas e ao grave problema social da má distribuição
de renda no país. Aquelas famílias que antes recorriam a processos violentos
para se sobreporem politicamente aos adversários, hoje convivem pacificamente e
até mesmo militam nas mesmas hostes políticas.
Seu blog é uma preciosidade! Parabéns! Tem muitos conteúdos pra conhecer a história da cidade Curador.
ResponderExcluirObrigado, Marcos Aurélio! Depois de aposentado, precisando encontrar algo para manter a minha mente em trabalho constante, passei a fazer o mais gosto: escrever. Na maioria das vezes, textos sobre a minha querida e amada cidade onde vi a luz do sol pela primeira vez.Mas também sobre este valoroso estado que me acolheu e aqui estabeleci morada: o Piauí.
ResponderExcluirÓtimo conteúdo.
ResponderExcluirObrigado, amigos. gostaria de pedir que compartilhem os textos que gostarem. Este é o pagamento único que o escriba precisa. De mais leitores. Forte abraço.
ExcluirTexto bastante didático para os filho de Presidente Dutra/MA, obrigado por resgatar nossa história, nossos políticos e conterrâneos ainda não atentaram para esse lado, felizmente você como filho da terra vem fazendo esse papel de resgatar nossa história. Obrigado.
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