sábado, 16 de dezembro de 2017

CRÔNICAS VIVIDAS – CARRETERA PANAMERICANA

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José Ribamar de Barros Nunes*

Muito justamente, a história recebe o conceito de mestra da vida. Observo, porém, um detalhe que me parece importante. As lições dessa mestra sapientíssima, às vezes, se me afiguram lentas...
Explico-me. Os feitos, os episódios, os casos concretos, revividos e interpretados, muitas vezes (quase sempre) chegam com atraso, quando Inês já está morta, como ressalta a sabedoria popular inconformada.
Minha observação negativa decorre de uma realidade histórica incontestável. O mundo se digitalizou e globalizou. A meu ver, a história e os historiadores podem e devem tornar-se mais rápidos.
Costumo elogiar e destacar a invenção do telefone. No dia vinte de julho de 1969, o mundo se extasiou com a conversa, ao vivo, da terra com a lua, do Presidente Nixon que viu e ouviu os astronautas que ali aterrissaram. Foi fantástico...
Faço tais comentários para relatar e ressaltar um episódio ocorrido há noventa anos e que eu (e acredito que muita gente) desconhecia. Três heróis brasileiros executaram um feito grandioso. Eles percorreram entre troncos, trancos e barrancos a Carretera Panamericana, a maior do mundo e chegaram, de carro, até Nova York. No percurso penaram e passaram fome.
Na época foram exaltados e recebidos pelo presidente americano e brasileiro. Mas o grande feito logo caiu no esquecimento e nem suas famílias foram homenageadas.
Aqui e agora, noventa anos depois, faço esse resgate histórico, social e patriótico.
Viva os três brasileiros que fizeram essa maravilhosa odisseia. O governo e a indústria automobilística deviam pedir desculpas e perdão aos três heróis e suas famílias.
Não relatar e divulgar episódio e feito tão grandioso parece-me negligência imperdoável.

*José Ribamar de Barros Nunes é assessor parlamentar e autor de Duzentas Crônicas Vividas
E-mail: rnpi13@hotamil.com


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