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Imagem extraída do Google |
Luiz Thadeu Nunes e
Silva(*)
“A vida é aquilo que acontece,
enquanto estamos ocupados fazendo planos”, disse John Lennon, assassinado em 08
de dezembro de 1980, em frente ao edifício Dakota, onde morava em NY. O
ex-Beatles, foi morto a tiros pelo fã que o perseguia, Mark David Chapman.
Lennon não esperava que perderia a vida, de forma trágica, aos 40 anos; ele
estava vivendo bom momento da vida, e certamente, não constava em seus planos,
morrer tão jovem.
Conto essa história para falar de
como as coisas mudam, rapidamente, sem que possamos ter alguma ingerência sobre
elas. Papai do Céu não nos deu o dom de sabermos o que vem pela frente.
Manhã de 11 de julho de 2003,
abri a janela do apartamento em que hospedava, com vista para o mar, em João
Pessoa, PB, e agradecido, fiz uma oração por tudo de bom estava acontecendo.
Tomei café, rumei para rodoviária; embarquei para Natal. Meu destino final
naquele dia seria Fortaleza, CE.
Ao desembarcar em Natal, o ônibus
que me levaria a Fortaleza passara. Fiquei alguns minutos aguardando o próximo
ônibus. Começou a chover, embarquei em uma van, na esperança de pegar o ônibus
que perdera. A van quebrou e tive que pegar um táxi de linha, comum na região.
Próximo da cidade de Mossoró, RN, na BR 304, o motorista do táxi atendeu uma
ligação telefônica, perdeu o controle do carro, jogando-o para o lado onde
estava sentado. Colidimos com uma carreta, que vinha em sentido contrário. Ao
acordar, após o acidente, todo quebrado e ensanguentado, não tinha ideia de que
minha vida mudaria para sempre.
Havia planejado encontrar com
minha mulher, e meus filhos, Rodrigo e Frederico, para jantarmos naquela noite,
em Fortaleza. Com o acidente, tudo o que havia planejado, mudou. Acordei e vi
que havia sido roubado, tinham levado: mochila, carteira com documentos e
dinheiro; até os sapatos. Ao voltar a mim, não sabia da gravidade do acidente,
e o que me esperaria pela frente. Minha vida, a partir dali, não seria mais a
mesma.
Removido para Natal, durante a
madrugada, fui operado. Houve erro médico, que desencadeou uma série de
cirurgia. Durante cinco anos fiquei preso a leitos hospitalares: em Natal, São
Luís e São Paulo. Usei aparelho Ilizarov na perna esquerda. Passei por 43
cirurgias, transplante ósseo, cem horas de câmeras hiperbáricas, até debelar a
infecção na perna.
Em 2009, livre das cirurgias,
adaptado às muletas, sai pelo mundo.
Quando que eu, em minha
insignificância, poderia pensar que minha vida daria uma mudança de rota tão
radical? Nunca estamos preparados para mudanças bruscas em nossa caminhada, mas
elas acontecem a todo momento.
Tinha 44 anos quando ocorreu o
acidente. Foram anos difíceis, de muitas provações, de inúmeras adaptações. Mas
nós seres humanos somos adaptáveis a tudo.
Após os anos de convalescença,
criei um novo mundo, e nele sigo em frente. A vida não dá macha ré, só anda
para frente.
Não sabemos a força interior que
temos até precisar dela. A necessidade é a mãe da precisão. Caro leitor, amiga
leitora, caso você não precise de algo novo, não sentirá necessidade de mudar.
Basta colocar no piloto automático e seguir em frente. Agora, se precisar, você
encontrará um meio de continuar a jornada.
Viver é arte de superação, de se
adaptar às coisas, pessoas e situações, que em tempos normais nem lhe passaria
pela cabeça.
Como as andanças pelo mundo, já
pisei, com minhas inseparáveis muletas, em 151 países em todos os continentes
da Terra. Em outubro, com fé em DEUS, vou conhecer onze diferentes países da
África. Assim sigo em minha sina de conhecer esse mundão que Papai do Céu
criou.
A vida nos surpreendente a cada
instante, não tem roteiro, nada é seguro, quem não tem medo do inesperado, tem
que ter asas para voar.
(*)
Instagram: @Luiz.Thadeu
Facebook: Luiz Thadeu Silva
E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br
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