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(José Pedro Araújo)
Você, certamente, ao levantar os olhos do que faz neste
presente momento, dará de vistas com uma mangueira. Ou pelo menos já se deparou
com alguns pés desta fruteira majestosa no dia de hoje, provavelmente uma
árvore que cultiva no seu próprio quintal ou no seu terreiro. Seja como for,
diariamente você se depara com alguns pés ou desfruta da sua sombra fresca e
inigualável, ou mesmo saboreia um dos seus frutos com estrema gulodice. Mas já
parou para pensar sobre a origem dessa fruta maravilhosa e tão ao gosto
popular? Certamente que não, eu mesmo respondo. Pois, a árvore que você vê com
assiduidade diária na sua frente, não possui origem no nosso país. Ao
contrário, foi introduzida aqui pelos portugueses, como inúmeras outras frutas
que nos delicia. Foi pensando em contar a história da chegada dessa fruteira
até nós que eu sentei na minha bancada onde escrevo todos os dias de frente
para um lindo pé de Manga Lira, uma das variedades de que mais gosto. Agora mesmo
estou olhando para esta árvore maravilhosa que enfeita o meu quintal e que
serve de pouso e local de descanso para inúmeros pássaros que vejo agora e
também ouço o seu canto alegre, enquanto pululam de galho em galho.
Busquei na internet, em
vários sites, algumas descrições sobre essa secular imigrante que já tem alma e
gosto de Brasil. Os textos estão do jeito que os coletei, sem alterações. Vamos
a eles:
“A manga é o fruto da Mangueira (Mangifera
indica L.), árvore
frutífera da família Anacardiaceae, nativa do sul e do sudeste
asiáticos, desde o leste da Índia até
as Filipinas, e
introduzida com sucesso no Brasil, em
Angola, em
Moçambique e
em outros países tropicais. O nome da fruta vem do idioma malaio, manga,
e foi popularizada na Europa
pelos portugueses,
que conheceram a fruta em Kerala (Conseguiram
isso trocando por temperos)”.
“São encontradas menções a
ela em canções do século IV em poemas escritos em sânscrito,
por poetas como Kalidasa. Acredita-se
ter sido provada por Alexandre, o Grande (no século 3 a. C.) e pelo
peregrino chinês Xuanzang (7º
século d. C). No século XVI, quando os pomares não passavam de algumas raras
fruteiras em torno de casas rurais, o imperador Akbar Mogul, que reinou no
norte da índia de 1556 a 1605, plantou milhares de mangueiras perto de
Darbhanga. É um fato que demonstra o valor que, há tantos séculos, já merecia a
mangueira num país de civilização várias vezes milenar. O pomicultor inglês
Charles Maries, três séculos após, encontrou algumas daquelas árvores vivas e
vigorosas. É um atestado insofismável da extraordinária longevidade da
mangueira.”
“Apesar
de ser cultivada em suas regiões de origem há mais de 4 mil anos, sua
introdução em outras terras foi muito lenta: a viagem das mangas pelo mundo iniciou-se
apenas com a descoberta das rotas comerciais marítimas entre a Europa e a Ásia,
no início do século XVI. Foram os portugueses, mais uma vez, que fizeram esse
trabalho, levando as mangas, primeiro, para as costas leste e oeste da
África, Depois, trazendo-a para a
América.
“Apenas por volta de 1700,
segundo Pimentel Gomes, o Brasil, ou melhor, a Bahia, recebeu as primeiras
mudas de mangueiras indianas. Dali, foram para o México, no século XIX, de onde
atingiram a região da Flórida”.
“Os deliciosos e excelentes
frutos das mangueiras são cultivados, atualmente, em todos os países da faixa
tropical e equatorial do globo. No Brasil, a fruta foi amplamente disseminada.
De acordo com Pio Corrêa, a mangueira foi a árvore asiática que melhor se adaptou
ao clima brasileiro, produzindo inúmeras variedades, tornando-se quase
obrigatória na paisagem do norte e do nordeste do país, e sendo facilmente
encontrada em cultivo na Amazônia e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”.
“Diferentes árvores, que produzem diferentes mangas,
podem ser encontradas, aos montes, em chácaras e fazendas, em pomares e
quintais urbanos e rurais, em pequenas e médias propriedades, além de estarem
presentes em espaços públicos como parques, praças, ruas e avenidas por todo o
país. A cidade de Belém é um exemplo eloquente dessa abundância, tendo se
tornado famosa por suas mangueiras”.
“Noutro
extremo do país, na cidade do Rio de Janeiro, as mangueiras também eram tantas
que acabaram dando o nome a um bairro, a uma parada de trem e a uma escola de
samba: a “verde e rosa” Estação
Primeira de Mangueira”.
“Os
frutos são lindos e também variados em seus tamanhos, formatos, sabores. É
notável a grande variação apresentada pelos frutos das mangueiras, em todo o
mundo: nos livros encontram- se
referências que variam entre um número de 500 e 1000 variedades existentes”.
“No
Brasil, as mangas são também encontradas em grande diversidade: apenas entre as mais comuns e conhecidas pela
população em geral, Pimentel Gomes cita, e descreve, 36 variedades, todas elas
de fácil ocorrência. No Brasil, atualmente, são cultivadas as variedades
Alphonso, Bourbon, Carlota, Coração de Boi, Espada, Golden Nuggets, Haden,
Keitt, Kent, Rosa, Rubi, Sensation e Tommy Atkins. Algumas delas nasceram e se desenvolveram
no país; outras são de origem estrangeira, especialmente provenientes dos
Estados Unidos, onde produtores da região da Flórida são grandes pesquisadores
da fruta”.
“Na
Índia, sua terra de origem e onde tem grande importância na composição alimentar
da população, a manga tem incontáveis outras utilidades: basta lembrar do famoso “chutney de mangas“, acompanhamento ideal para as
carnes e os grelhados da culinária indiana, que é feito com a polpa da fruta
verde, cozida e temperada com especiarias e pimentas”.
Então é isso. Ai tem um pouco da
história dessa fruteira que tanto nos encanta e que está presente nas nossas
vidas diuturnamente. Termino dizendo que ela também veio nas caravelas
portuguesas que por aqui aportaram. Difícil de pensar assim quando podemos
encontrar essa delícia em todos os cantos desse imenso país.
Fonte:
Portal São Francisco.
www.bibvirt.futuro.usp.br
Fruticultura Brasileira –
Pimentel Gomes
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