José Pedro Araújo
Agente Fiscal Distrital ou Agente do
Consumo – Primeira autoridade civil na vila de Curador - Sob esse título, alguns cidadãos desempenharam o papel de
administrador do distrito do Curador. No Decreto nº 539, de 16 de dezembro de
1933, definia-se um dos poderes de um Agente Distrital assim: “o Agente Distrital é o delegado do Prefeito no Distrito”. E no
Art. 05 do citado Decreto, está estabelecido que “A administração de cada distrito será feita por intermédio de um Agente
Municipal, de imediata confiança do Prefeito e por ele livremente designado e
demitido”.
Os
agentes distritais foram, por conseguinte, os nossos primeiros “prefeitos”
nomeados, responsabilizando-se pela administração da nascente comuna.
Entretanto, essas autoridades não receberam o devido reconhecimento dos nossos
historiadores, e por essa razão, seus nomes não são conhecidos hoje pelo povo,
especialmente pelos estudantes que recebem como tarefa escolar, escrever a
história da sua terra.
O
professor e historiador Galeno Edgar Brandes, um dos grandes historiadores de
Barra do Corda, a quem temos recorrido com frequência nesse livro, nos ajuda
mais uma vez a resgatar um pouco da nossa história, sobretudo aquelas partes
que ainda teimam em se manterem incógnitas, quando lembra que Edison Falcão
Costa Gomes(ex-prefeito de Barra do Corda, agrimensor, professor e suplente de
Juiz), pertencente a uma das mais tradicionais famílias de políticos barra-cordense,
“foi Agente Distrital no Curador um pouco
antes de se tornar prefeito do município”(BRANDES, op. cit.).
Vila de Curador em 1928 |
O Cap. Diolindo Luís de Barros ocupou também o cargo de Agente Fiscal Estadual do Curador
(Agente do Consumo), por volta dos anos 20, até agosto de 1934, quando pediu
demissão. Nessa época, lembra D. Feliciana Nunes Guterres, seu pai realizava a
cobrança de impostos sobre a produção do povoado. Assim, de todo bovino que era
abatido na vila, por exemplo, dele era cobrada uma taxa a título de imposto. E
no final do mês, o “Agente do Consumo” se deslocava até a sede do município
para prestar contas do apurado. Esse cidadão, paralelamente à função de fiscal,
também era responsável pela execução das obras públicas que se fazia no povoado
e pela segurança da sociedade, desempenhando o papel de subdelegado de policia.
Essa última atribuição era desempenhada quando não havia um delegado titular no
exercício da função.
Parece
ter sido o Coletor Estadual José Lúcio
Bandeira de Melo o último agente distrital do Distrito Administrativo de
Curador. Pois como Agente Fiscal Distrital foi mantido no cargo de interventor
temporariamente, até a nomeação, pelo Exmo. Sr. Governador do Estado do
Maranhão, do primeiro interventor de fato, o Major Valdemir Bezerra Falcão.
Valdemir Falcão já havia presidido o Conselho de Intendente de Barra do Corda
por mais de uma vez, nos albores do período republicano, e deixou sementes
familiares no novo município.
Antes
deste último agente distrital, assumiu ainda o posto o Sr. Miguel Araújo de Carvalho(Miguel Sansão), além de outro “cordino”
conhecido, Ardaleão Américo Pires(vice-prefeito
duas vezes e vereador em mais de um mandato, além de ter ocupado o cargo de
delegado de polícia, todos em Barra do Corda), que aqui esteve como Agente
Distrital em 1923 ou 1924, sendo responsável também pela segurança e a ordem
públicas do lugar, ocasião em que por aqui andou o revolucionário Manoel
Bernardino de Oliveira.
Omitimos,
por falta de informações confiáveis, o nome de muitos outros personagens que
devem ter ocupado o cargo acima descrito. Esperamos que nossos historiadores
tenham mais sucesso em suas pesquisas e consigam identificá-los, relacionando
seus nomes e resgatando-os dessa grande omissão.
Como
se pode ver, as dificuldades de acesso, bem como a enorme distância entre a
vila de Curador e a sede do município(mais de 140 quilômetros na época, tal as
voltas que a estrada fazia), não se constituía em impedimento para que os
cidadãos fossem cobrados pelo fisco. Todavia, por esse tempo, parte desse
imposto era diretamente reinvestido em prol da comunidade antes de sair da
região. Diferentemente dos dias de hoje,
quando quase tudo o que é arrecadado fica centralizado em Brasília ou nos
cofres estaduais, e quase nada é investido no local em que ele é feita a sua
captação.
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