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José
Ribamar de Barros Nunes*
Tenho predileção pelos olhos do ser
humano. Além do mais valem como janelas da alma, segundo preleciona a sabedoria
do povão. Ninguém precisa ser psicólogo ou psicanalista para ler, compreender e
interpretar as mensagens que saltam dos olhos e aos olhos.
Um olhar mostra e demostra tudo para
quem tem olhos de ver e ouvido de ouvir, como recomendado pelo livro dos
livros. Existem pessoas (e é muita gente) que não enxergam longe e não vão além
do próprio nariz, enquanto outras vão além do horizonte, chegando até a
alvorada.
Brincando com minha filha Martha,
digo-lhe que me admira e encanta o olho de bem-te-vi, pequeno e ligeiramente
estrábico. Ao contrário, sinto-me meio desconfortado, quase constrangido
perante uma pessoa de olhos graúdos, exorbitantes, de cachorro doido. Se
severamente estrábicos... quase morro de pena e dó.
Agrada-me lembrar e relembrar com
saudade e satisfação de um fato que aconteceu no exame médico de apresentação
para o serviço militar. Simplesmente, o clínico proferiu o seguinte diagnóstico:
ligeiramente estrábico... Continuando o diálogo com a filha, comento que um
estrabismo mínimo e não severo constitui um charme... Observo também que muita
gente pensa de igual modo.
Peço escusas aos oftalmologistas, porém,
reitero que sou fã do adágio popular, segundo o qual, de médico e louco todo
mundo tem um pouco. Gosto mais dos olhinhos do bem-te-vi do que dos olhos
graúdos e/ou esbugalhados. Ela aplaudiu, talvez por ter olhos do passarinho,
símbolo do Brasil.
(*)José Ribamar de
Barros Nunes é autor de “Duzentas Crônicas vividas”.
e-mail:
rnpi13@hotmail.com
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