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Alfredo Nunes recebendo homenagens |
Elmar Carvalho*
Esteve no fórum, tratando de assunto processual, o
Dr. Alfredo Nunes, ex-prefeito de Regeneração, ex-deputado estadual, em várias
legislaturas, e procurador de Justiça em inatividade. É o atual venerável da
A.: R.: Loja Maçônica Tabelião Manoel Isaac Teixeira. Seu pai, Gonçalo Nunes,
empresário, também foi prefeito e deputado à Assembleia Estadual. É casado com
a professora Teresinha Nunes, que foi reitora da Universidade Federal do Piauí,
há 57 anos.
Segundo me foi revelado, em outra ocasião,
recusou-se a ficar recebendo proventos, como parlamentar aposentado, o que é um
fato raro em nosso meio. Também ouvi falar que, em sua época, teria sido o
único prefeito a receber honraria do Tribunal de Contas do Estado, em virtude
de haver tido todas as suas contas aprovadas. Não tive tempo de conferir essas
informações. Deixo que o leitor diligente o faça.
Foi dirigente esportivo no Piauí durante vários
anos. Quando era prefeito de sua terra natal, foi convidado pelo ministro da
pasta do Esporte a ir a Brasília, com a finalidade de assumir, interinamente, a
presidência da Confederação Brasileira de Futebol, no impedimento do titular,
Ricardo Teixeira, que estava de licença médica. Disse não ter interesse, em
virtude de seu cargo de chefe do Poder Executivo local.
O ministro insistiu, e disse tratar-se de um pedido
pessoal do presidente da República, que estava preocupado com a classificação
da Seleção Brasileira na etapa eliminatória da Copa do Mundo. Conversou com
Fernando Henrique Cardoso e terminou aceitando a missão. Por recomendação
pessoal sua ao técnico, um jogador renomado, mas que não estava atuando bem,
não foi escalado, e o certo é que em sua gestão o Brasil terminou obtendo a
classificação.
Quando ele me brindou com um distintivo da CBF, que
muitas vezes tenho usado na lapela do terno, disse-me que me ofertava o mimo em
virtude de eu haver sido um bom goleiro do futebol amador. Como não sou
cabotino, não direi se concordo com o que ele disse.
Em 1957/1958, estando residindo no então povoado de
Papagaio, hoje Francinópolis, em virtude de nomeação para cargo do antigo
Departamento de Correios e Telégrafos, com raríssimo meio de transporte para
Teresina na época, meu pai “pegou” uma carona no jipe do Dr. Alfredo, que era
deputado estadual, até a localidade Estaca Zero, onde era mais fácil conseguir
transporte rodoviário para a capital.
Meu pai, que na época, início de sua carreira, era
guarda-fio, sozinho, no lombo de um cavalo, percorreu, várias vezes, a solidão
formidável da Chapada Grande, de Papagaio ao Alto Sério, já no município de
Regeneração, a contemplar os soberbos pequizeiros, vergados de frutos, e as
floradas luminosas dos paus-d'arco, a balouçarem à brisa, como lustres dourados
de imponentes catedrais.
(*) Elmar
Carvalho, é
poeta, contista, ficcionista e membro da APL.
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