quarta-feira, 12 de outubro de 2022

12 de Outubro: Dia do Engenheiro Agrônomo


 

Eng. Natielle Gomes Cordeiro (*)

O profissional atuante na área de Engenharia Agronômica possui papel fundamental em diversas etapas da cadeia produtiva do agronegócio. De forma geral, o Engenheiro Agrônomo possui relação direta com a otimização e logística que envolve a produção de alimentos no campo. Dada a importância do profissional, celebra-se no dia 12 de outubro, o dia do Engenheiro Agrônomo. A saber, esta data é comemorada no Brasil neste dia, contudo, é no dia 13 de setembro que se celebra o Dia Mundial do Agrônomo.

A Agronomia: A Agronomia é uma das grandes áreas das ciências agrárias que tem como foco o desenvolvimento das ciências exatas, naturais, sociais e econômicas. Tal objetivo está centrado na necessidade de formação e capacitação de profissionais que atuem nos ramos agropecuários e do agronegócio. Assim, o intuito é que cada dia mais se tenha aumento e eficiência quanto à produtividade. Em suma, a agronomia compreende o conjunto de princípios que direcionam a prática da agricultura.

História do Engenheiro Agrônomo no Brasil: Foi durante a crise na produção de cana-de-açúcar no século XIX que a história da Engenharia Agronômica se iniciou. A necessidade e busca por solução quanto aos problemas ligados ao comércio, mão de obra e competitividade dos produtos agrícolas deu origem a criação, em 1859, do instituto chamado de Imperial Instituto Baiano de Agricultura. O estabelecimento da instituição tinha como principal objetivo a modernização do setor agrícola, bem como a geração de conhecimentos mais específicos e qualificados na área de interesse.

No ano de 1875, estabeleceu-se a primeira escola na área de agronomia no estado da Bahia. Atualmente, este curso faz parte da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, na cidade de Cruz das Almas. Já a segunda escola teve origem no estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Pelotas, em 1883, sendo hoje integrada a Universidade Federal de Pelotas. Contudo, só em 1933 que se reconheceu a profissão no Brasil, 58 anos depois da criação da primeira escola.

O dia do Engenheiro Agrônomo no Brasil é comemorado no dia 12 de outubro, visto que foi nesta data, em 1933, via decreto de Lei n° 23.196, que se regulamentou a profissão no país. Nesse sentido, como supracitado, este dia é o escolhido pelos profissionais brasileiros para comemorar a data.

Até o momento da regulamentação da profissão em 1933, os profissionais recebiam título tanto de Agrônomo quanto de Engenheiro Agrônomo. Contudo, em 1946, a partir do Decreto nº 9.585, estabeleceu-se que o título seria de Engenheiro Agrônomo para todos os profissionais em Agronomia.

A profissão de Engenheiro Agrônomo é regulamentada e fiscalizada por dois principais órgãos: Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Ressalta-se que a partir do site do CONFEA, tem se o acesso para o CREA de cada região.

Símbolo da Engenharia Agronômica: O símbolo é composto por um conjunto de seis letras A, formando assim uma engrenagem. Em suma, este agrupamento representa respectivamente: Associação, Agronomia, Agrônomo, Agricultura, Agropecuária e Agroindústria. Por meio da junção das seis letras A, forma-se um espaço no meio e, consequentemente, seis raios separando as letras. Os raios são a representação do fluxo de informações das diversas áreas da Agronomia.

A ideia principal do símbolo está centrada na dinâmica, movimentação e renovação. A saber, o símbolo, que é usado como representante da profissão até os dias atuais, foi eleito em concurso público no ano de 1969, durante a realização do Congresso Brasileiro de Agronomia.

Um fato curioso é que não só a profissão evoluiu ao longo dos anos, mas que o símbolo que representa a Engenharia Agronômica também passou por modificações. O primeiro símbolo foi instituído em 1946, sendo constituído por uma engrenagem com um arado dentro, simbolizando assim a Engenharia e a Agricultura, respectivamente. Posteriormente, em 1963, o símbolo se tornou mais detalhado. Na ocasião, acrescentou-se o título de “Engenheiro Agrônomo”.

Atuação de um Engenheiro Agrônomo: O agronegócio se destaca como um setor promissor no Brasil e, portanto, fornece uma gama de oportunidades de atuação para os profissionais da Engenharia Agronômica. Dada a expressiva cadeia de produção no Brasil, o país se destaca pela capacidade no fornecimento de produtos para diversos países. Nesse sentido, o Engenheiro Agrônomo é responsável por realizar pesquisas e difundir o uso de tecnologias na agropecuária.

O profissional da Engenharia Agronômica está intrinsecamente ligado as tomadas de decisão nos âmbitos sociais, técnicos, econômicos e ambientais que diz respeito ao aumento da capacidade produtiva da agricultura. Assim, além de trabalhar na produção de alimentos, este profissional tem como funções o manejo do solo, realizar pesquisas atreladas a criação sustentável de gado, bem como a comercialização de produtos.

Além de atuar no controle da cadeia de produção, o profissional pode trabalhar no planejamento das safras, gestão das fazendas, armazenamento, distribuição e comercialização dos alimentos. Pesquisas de campo, manejo do solo, silvicultura com a recuperação de áreas degradadas, inspeção sanitária e controle de qualidade, produção de alimentos de origem vegetal e animal estão dentre as atribuições deste profissional. Ademais, o Engenheiro Agrônomo está apto para atuar na gestão de cooperativas, assim como na administração rural.

O Engenheiro Agrônomo tem atuação em diversos setores, por exemplo: indústrias de fertilizantes, defensivos agrícolas, herbicidas, alimentos; consultoria; monitoramento da produtividade em sítios e fazendas. Além disso, o profissional é habilitado para trabalhar com fiscalização de distribuição de crédito agrícola, bancos de financiamento e investimento.

(*) AutorNatielle Gomes Cordeiro é Engenheira Florestal, Mestre e Doutoranda em Manejo Florestal.

(**) Texto extraído do site Mata Nativa (matanativa.com.br)

sábado, 8 de outubro de 2022

Meta atingida, 150 países visitados.

O autor curtindo a América Central

Luiz Thadeu Nunes e Silva(*)

Vinte e dois dias viajando pela América Central, estou no aeroporto de Belize, aguardando o voo de volta para o Brasil.

Esta foi minha primeira viagem internacional pós pandemia. Desde março de 2020 quando o mundo efetivamente tomou conhecimento da gravidade do coronavírus, e sua letalidade, que não cruzava a soleira de minha casa, em São Luís do Maranhão, e ganhava o mundo. Foram 30 meses sem viajar para fora do Brasil. Longo tempo para que gosta de viajar e tem metas a cumprir.

Saí de São Luís no começo de setembro. Primeiro São Paulo, onde lancei o livro “Das muletas fiz asas”, na livraria Martins Fontes, graças ao empenho do editor Raimundo Gama, da N’versos e de toda a sua esquipe.

De São Paulo embarquei para o Panamá, seguindo viagem, por terra, para seis novos países, até então desconhecidos: Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, e finalmente Belize. Optei por viajar de ônibus entre os países para realizar um velho sonho. Conhecer o interior desse fascinante e surpreendente continente.

Encontrei uma realidade diferente do que estava acostumado a ver em viagens pelos cinco continentes. Por causa dos protocolos sanitários, impostos pelo coronavírus, tive que apresentar a carteira internacional de vacinação a cada fronteira que passava. Além do comprovante de vacinação contra a febre amarela.

Encontrei um mundo mais caro, com inflação causada pela guerra na distante Europa, entre a Rússia e a Ucrânia, que desorganizou as economias locais. Tudo muito oneroso para quem carrega reais convertidos em dólares. Acredito que dificilmente o mundo voltará a ser como antes.

O continente americano é formado por 36 países, dividido em três Américas: América do Norte, 3 países; América Central, 20 países; América do Sul, 13 países.

Visitei os três país da América do Norte mais de uma vez. Nesta caminhada fecho todos os 20 países da América Central. Da América do Sul só faltam as três Guianas.

Gosto de viajar pela América espanhola. Me encanta o idioma, muito próximo do português. Um povo alegre, musical, afável e hospitaleiro; culinária marcante, muita cultura e tradição. A América Central é um lugar para voltar sempre. Renovar as energias.

Também nesta viagem tive oportunidade de ser entrevistado por jornais de destaque em quatro países. Sou um contador de histórias, fico feliz em contá-las.

Na Costa Rica fui matéria do La Teja, influente jornal de San Jose. Em Honduras tive a oportunidade de falar das caminhadas pelo mundo ao jornal El País, um dos maiores do País. Em El Salvador, a entrevista foi para o periódico Diário de El Salvador; e na Guatemala, fui destaque no principal jornal impresso do país, La Prensa. Em todos ocupei página inteira, com chamada de capa. E, o melhor tive um artigo publicado no jornal El País, de Tegucigalpa, Honduras.

Um fato curioso me chamou atenção. Não encontrei com brasileiros em nenhum lugar por onde andei. Nem nos hotéis e hostels onde me hospedei, nem nos lugares históricos e/ou turísticos.

Mesmo cansado pelo ritmo frenético da viagem, -a cada três dias tinha que mudar de país, estou feliz e grato ao bom e maravilhoso Deus em ter me trazido até aqui, com saúde: física e mental. Chego a 150 países visitados em todos os continentes. Um feito extraordinário para um homem, que mesmo com suas limitações, tem os sonhos como sua matéria prima.

Falta pouco. Na classificação da ONU, são 194 países; portanto restam 44 países a serem visitados.

Agora, é voltar para casa, reorganizar as finanças, planejar novos roteiros, e na hora certa, cair no mundo novamente, como um giramundo.

Em uma entrevista para o jornal La Prensa, a jornalista Ingrid Reyes me perguntou:

-Sr. Luiz, o que mais lhe fascina em suas andanças pelo mundo?

-As pessoas, são as pessoas que movem o mundo.

(*) Pode ser uma imagem de 1 pessoa e cãoLuiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista, escritor e viajante. Autor do livro “Das muletas fiz asas”, e o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 150 países em todos os continentes do mundo


 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

A orelha do livro “A Menina do Bico de Ouro”.

Foto da capa do livro

 

José Pedro Araújo (*)

Depois de Ziraldo ou de Ana Maria Machado, poucos autores se aventuraram no campo da literatura voltada para a criançada, que deveria ser vasto e recheado de livros, com novas histórias espetaculares que tão bem elevam a criatividade e o desejo por aventuras, uma eterna necessidade do cidadão em formação. Hoje, temos o prazer de dizer que, remando contra essa corrente, apareceu o autor Raimundo Lima, e logo em seu livro de estreia nos brindou com uma obra instigante e pra lá de criativa. E não fosse por outra razão, somente o fato de assentar as suas belas histórias sobre o respeito absoluto que devemos ter para com a fauna e a flora, ainda semeia nesse meio eminentemente natural o amor e o respeito ao Ser Supremo, ao Criador dos céus e da terra, e de tudo o que de bom existe sobre a nossa nave mãe. A Fé, portanto, é um componente presente em todas as suas histórias, e isso ele o fez de um jeito macio e envolto em fina lã, sem pieguismo e sem falso moralismo.

A Menina do Bico de Ouro é livro de leitura gostosa, um acepipe, próprio para ser degustado por crianças, jovens ou adultos em sombreados alpendres ou no aconchego do lar, naquela hora sagrada em que nos dedicamos a não menos nobre tarefa de pôr os nossos pequenos rebentos para dormir. Ali, na penumbra do quarto aconchegante, será possível nos sentirmos rodeados pelas árvores do campo, acalmados pela suave brisa noturna, embalados pelo canto notívago dos pássaros ou pelo alerta dos galos despertadores, como nos tempos em que ainda existiam galos e quintais, como diria o poeta nordestino.O livro ainda vem recheado com belíssimas gravuras da artista plástica Ângel Rego.

Não tenho dúvidas de que os leitores farão desse livrinho maravilhoso o seu livro de cabeceira. Titice, Pedinho, Malili, Feféu e Sofi, receberão boa acolhida em todos os lares e, juntamente com uma plêiade de outras crianças, além da Carnaubeira, da Pitombeira, do Cajueiro, do Jatobazeiro, e de tantas outras árvores nativas do nosso sertão, formarão um ambiente festivo para encerrar mais um dia feliz nas suas tenras existências. Posso afirmar que o trípeto Fauna, Flora e Fé, deu um toque luxuoso ao livro de estreia de Raimundo Lima. É ótima pedida! E uma excelente leitura!

O autor nasceu na fazenda dos seus pais, localidade Cocal, município de Batalha-PI. Ainda na sua infância, mudou-se para a cidade de Piracuruca-PI, para dar continuidade aos seus estudos. Mais tarde teve que se transferir mais uma vez, dessa feita para a cidade do Rio de Janeiro-RJ, onde se formaria em direito pela UFRJ. Voltando ao Piauí, passou a residir em Teresina, onde vive até hoje. É Juiz aposentado, casado com a também juíza aposentada, Dra. Benedita Barros Araújo Lima, de cuja união foram gerados três filhos. Compõem a família, ainda, cinco lindos netos, além de outra que já está a caminho. Fascinado por estórias que povoam e se perpetuam no imaginário popular, sobretudo aquelas ambientadas no meio rural, o autor, com este primeiro livro, dá início à sua vida literária, tratando sobre o assunto que mais o encanta.

(*) José Pedro Araújo, é engenheiro agrônomo, funcionário público federal aposentado, historiador, cronista, romancista, e coordenador do blog Folhas Avulsas.