terça-feira, 4 de outubro de 2022

A orelha do livro “A Menina do Bico de Ouro”.

Foto da capa do livro

 

José Pedro Araújo (*)

Depois de Ziraldo ou de Ana Maria Machado, poucos autores se aventuraram no campo da literatura voltada para a criançada, que deveria ser vasto e recheado de livros, com novas histórias espetaculares que tão bem elevam a criatividade e o desejo por aventuras, uma eterna necessidade do cidadão em formação. Hoje, temos o prazer de dizer que, remando contra essa corrente, apareceu o autor Raimundo Lima, e logo em seu livro de estreia nos brindou com uma obra instigante e pra lá de criativa. E não fosse por outra razão, somente o fato de assentar as suas belas histórias sobre o respeito absoluto que devemos ter para com a fauna e a flora, ainda semeia nesse meio eminentemente natural o amor e o respeito ao Ser Supremo, ao Criador dos céus e da terra, e de tudo o que de bom existe sobre a nossa nave mãe. A Fé, portanto, é um componente presente em todas as suas histórias, e isso ele o fez de um jeito macio e envolto em fina lã, sem pieguismo e sem falso moralismo.

A Menina do Bico de Ouro é livro de leitura gostosa, um acepipe, próprio para ser degustado por crianças, jovens ou adultos em sombreados alpendres ou no aconchego do lar, naquela hora sagrada em que nos dedicamos a não menos nobre tarefa de pôr os nossos pequenos rebentos para dormir. Ali, na penumbra do quarto aconchegante, será possível nos sentirmos rodeados pelas árvores do campo, acalmados pela suave brisa noturna, embalados pelo canto notívago dos pássaros ou pelo alerta dos galos despertadores, como nos tempos em que ainda existiam galos e quintais, como diria o poeta nordestino.O livro ainda vem recheado com belíssimas gravuras da artista plástica Ângel Rego.

Não tenho dúvidas de que os leitores farão desse livrinho maravilhoso o seu livro de cabeceira. Titice, Pedinho, Malili, Feféu e Sofi, receberão boa acolhida em todos os lares e, juntamente com uma plêiade de outras crianças, além da Carnaubeira, da Pitombeira, do Cajueiro, do Jatobazeiro, e de tantas outras árvores nativas do nosso sertão, formarão um ambiente festivo para encerrar mais um dia feliz nas suas tenras existências. Posso afirmar que o trípeto Fauna, Flora e Fé, deu um toque luxuoso ao livro de estreia de Raimundo Lima. É ótima pedida! E uma excelente leitura!

O autor nasceu na fazenda dos seus pais, localidade Cocal, município de Batalha-PI. Ainda na sua infância, mudou-se para a cidade de Piracuruca-PI, para dar continuidade aos seus estudos. Mais tarde teve que se transferir mais uma vez, dessa feita para a cidade do Rio de Janeiro-RJ, onde se formaria em direito pela UFRJ. Voltando ao Piauí, passou a residir em Teresina, onde vive até hoje. É Juiz aposentado, casado com a também juíza aposentada, Dra. Benedita Barros Araújo Lima, de cuja união foram gerados três filhos. Compõem a família, ainda, cinco lindos netos, além de outra que já está a caminho. Fascinado por estórias que povoam e se perpetuam no imaginário popular, sobretudo aquelas ambientadas no meio rural, o autor, com este primeiro livro, dá início à sua vida literária, tratando sobre o assunto que mais o encanta.

(*) José Pedro Araújo, é engenheiro agrônomo, funcionário público federal aposentado, historiador, cronista, romancista, e coordenador do blog Folhas Avulsas.

Um comentário:

  1. Conheço o autor e sei que sua formação é extraordinária e certamente seu futuro como escritor será brilhante.
    Sendo um servo de Deus,sua trajetória será como a luz

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