quarta-feira, 29 de maio de 2024

Orfileno Gomes de Gouveia, caixeiro viajante e um Don Juan do Sertão Maranhense.

 

 

Orfileno Gomes (*)

 

Orfileno Gomes de Gouveia nasceu em Carolina, Maranhão, em 22 de setembro de 1896, filho de Sebastião Gomes de Gouveia e Saturnina Gomes de Brito. Desde jovem, demonstrou notável habilidade no comércio de mercadorias, destacando-se como caixeiro-viajante na venda de perfumes, tecidos e sapatos masculinos de alta qualidade.

Em sua aventureira saga pelos rincões do sertão sul-maranhense, Orfileno Gomes de Gouveia contava com a companhia de um quarteto de mulas bem tratadas que transportavam baús com suas preciosas mercadorias.

Durante este périplo sertanejo, ele era frequentemente acolhido por fazendeiros que, conhecendo sua origem familiar, ofereciam-lhe hospedagem por alguns dias. Inveterado conquistador e apreciador de belas mulheres, Orfileno exercitava o que mais lhe aprazia: conquistar belas amantes para seu "harém" pessoal.

Uma prima, sobrinha do meu avô, Jhade Fialho Oliveira, relata numa mensagem pessoal a mim, o estilo garboso quando ele a encontrava: “como um bom galanteador se referia a jovem moça como “novilha garbosa”, um trocadilho de linda adolescente e acrescenta ainda, que Orfileno Gomes era vaidoso na envergadura de seu terno branco de linho irlandês. Essas são minhas lembranças desse senhor que me ensinaram a chamar de tio” - finaliza Jhade Fialho.

Se fosse um defeito ou uma qualidade, ninguém poderia dizer ao certo, mas o jovem galanteador era um apreciador das mais belas sertanejas por onde quer que passasse no sertão.

Em sua breve estadia na fazenda Aldeia, propriedade do Major Firmo Coelho, o jovem e charmoso caixeiro depara-se com uma raridade: uma bela jovem de 14 anos “conhecida como Sebastiana Coelho."

"No sul do sertão maranhense, o Don Juan se encanta por uma jovem meiga, de cabelos negros como asas de graúna, estatura mediana, corpo esbelto e rosto corado, emanando uma pureza angelical em seu sorriso e lábios.

Apesar do compromisso matrimonial selado pelo Major Firmo Coelho entre sua filha e o filho de um fazendeiro amigo, o jovem caixeiro laboriosamente conseguiu persuadir o patriarca a mudar o destino da história de sua filha, conquistando assim a mão da sertanista. O namoro breve foi seguido por um casamento duradouro.

Orfileno Gomes estabeleceu-se em Curador em 1948, onde construiu sua família e prosperou como um comerciante local, proprietário da loja 'Preciosidades do Japão'. Seu falecimento ocorreu em 1963, aos 67 anos, em São José dos Basílios, devido à queda de uma burra, um animal ao qual tinha grande estima.

(*)  Orfileno Gomes, é poeta, administrador de empresas, jornalista, advogado e concluinte do Curso de Medicina.

6 comentários:

  1. Obrigado José Pedro por este importante blog, sempre disponível aos amantes da boa escrita!

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  2. Parabenizo ao escritor por uma bela crônica. Que só faz engrandecer a rica historia de nossa.Curador

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  3. Meu amigo José Pedro, eu ainda não conheço o Orfileno, mas gostaria de conhecê-lo pelas boas referências que você e outros amigos de Presidente Dutra já me deram a respeito dele.
    Parabéns pela crônica aqui publicada e pelo amor a nossa terra natal.

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    1. Grande abraço, meu amigo. Procure conhecê-lo, é um conterrâneo do maior respeito, pela sua força e caráter.

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    2. Caro amigo, ainda estou na labuta acadêmica como concludente do desafiador curso de medicina, mas muito em breve retornarei ao meu rincão para dar continuidade a minha vida

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    3. onde creio, que terei uma vida social de normalidade e será um prazer conhecer pessoas que vivenciam e têm apreço a temática literária.

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