HABEMUS PRAEFECTUS, PRESIDENTE DUTRA!

Presidente Dutra(MA) - Praça da Matriz

José Pedro Araújo

 

Em janeiro teremos novos mandatários sentados nas cadeiras destinadas às principais autoridades civis do município. Houve alternância de poder, uma vez que os eleitos não pertenciam ao esquema dominante e que comandou politicamente o município por oito anos. Assim funciona nas democracias. Como tenho dito aqui neste espaço, o velho Curador carregava na mão quando o assunto era eleições, fazendo com que a violência sempre manchasse a história dessa laboriosa comunidade com tintas vermelhas de sangue. Vivemos, finalmente, outros tempos. Tivemos eleições limpas e dentro da mais perfeita ordem e paz. E isso é para se comemorar muito. Ao vencedor, os louros da vitória; ao perdedor, a certeza de que jogou com as armas limpas e higiênicas da democracia, o que o transforma, também, em um vencedor.

Cidade de pequeno porte e com orçamento apertado, como todos os municípios iguais a ela, a nossa PK tem desafios inúmeros a serem vencidos pelos novos eleitos. Além do mais, chegam os novos administradores com o desafio de enfrentar a peste do corona vírus que nos ameaça com o seu retorno. O que o futuro nos reserva nesse campo, não sabemos. Resta-nos nos prepararmos para a luta, enfrentar o demônio com toda a força e proteger os munícipes dos efeitos devastadores da peste. Sobretudo os mais necessitados, os desempregados, os que só podem contar com a ajuda do poder público.

Trabalho hercúleo no campo dos serviços públicos é o que aguarda os recém eleitos. A cidade não conta com um palmo de esgotamento sanitário, a água continua a ser um problema na casa de todos os cidadãos. Precisamos de um sistema de captação e tratamento do líquido precioso mais eficiente e, por isso mesmo, não acredito que somente perfurando mais poços profundos supriremos a necessidade de uma cidade que cresce a passos rápidos e largos. Precisamos de uma fonte de fornecimento mais confiável, uma barragem talvez. E essa mesma barragem poderia suprir uma outra carência que temos: a falta de um balneário para o lazer dos cidadãos curadoenses. A população se recente demais de um espaço assim. Não apenas de um ajuntamento de água, mas, e principalmente, de local para caminhada, um espaço público em que todos possam usufruir igualitariamente de seus benefícios.   

E o que dizer da cultura? Temos carência e urgência nessa área também. Talvez uma nova biblioteca, moderna, com sistema de consulta eletrônica, pudesse suprir a necessidade da classe estudantil, sobretudo dos mais carentes. A cultura transforma e habilita a juventude para os novos desafios que o mundo moderno apresenta num ritmo avassalador. A cultura separa os que conseguem se preparar adequadamente daqueles que se mantêm distanciados das novas tecnologias que dominam o mundo atual. Estimulo à leitura e aos esportes deve ser um complemento muito bem vindo, sobretudo em uma cidade carente de lazer e espaços públicos para a prática de esportes coletivos.  

Sobre a educação, a saúde e a segurança, nem preciso dizer nada. Esse é o feijão com arroz de todos os administradores. E por falar em feijão com arroz, é necessário focalizar na geração de empregos, na instalação de pequenas indústrias de transformação, uma vez que a cidade perdeu a sua capacidade de expansão agropecuária desde quando teve o seu território reduzido drasticamente, após a criação de novos municípios. O comércio está fazendo a sua parte gerando empregos e renda para muitos jovens e pais de família. Entretanto, sozinha esta atividade não será capaz de absorver toda a mãos de obra que chega ao mercado de trabalho. A localização privilegiada do município permite que imaginemos ser possível a instalação de pequenas indústrias, laticínios, frigoríficos, plantas industriais de pequeno porte, mas com capacidade de criação de espaços de trabalho. Os dois gestores eleitos já deram provas de que isso é possível. Usaram da criatividade e da força empreendedora de que são dotados e implantaram atividades econômicas de peso na região. Que lancem mão, portanto, desse gênio criativo que Deus lhes confiou e ajude essa comunidade que tanto necessita, mas que possui força de vontade e capacidade de luta fora dos padrões normais.

O velho Curador pede passagem para prosseguir na luta por melhores dias para os seus habitantes! Sejam bem-vindos, Raimundo Carvalho e Airton Fernandes! A casa foi muito receptiva, podem tomar as rédeas nas mãos, apontar em direção ao futuro que iremos juntos!