quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

2020 – UM NATAL DIFERENTE


 

José Pedro Araújo

 

O Natal está chegando este ano com um gosto amargo para muita gente. Um vírus mortal que veio lá das bandas do oriente é o principal responsável por isso, somos sabedores. Muitas famílias estão enlutadas e, por isso mesmo, terão um período natalino mais triste do que o do passado. Até mesmo para aqueles grupos familiares que escaparam até agora do poderoso e nefasto inimigo microscópico, as festividades serão mais simples, mais magra, e sem a pompa de outras épocas. Nas igrejas, por exemplo, onde costumávamos comemorar alegremente a virada do dia vinte e quatro para o vinte e cinco, haverá modéstia nas comemorações, simplicidade nas apresentações. Entretanto, nada disso apagará o brilho desta data que encanta a todos os cristãos, nem interromperá a sua realização por completo. E a razão disso está no fato de que, o que comemoramos nessa data, é a chegada do Filho de Deus, a ocorrência da esperança para nossas vidas, da alegria de sabermos que a vinda do Redentor nos trouxe a certeza de que há salvação para as nossas almas, bálsamo para as nossas dores, e a certeza de uma vida eterna plena de  paz e alegria. Isso, ninguém, nenhum vírus maléfico, vai nos tirar. Nunca sairá de nós a alegria do tocar dos sinos no alto das catedrais, de nos encantarmos, e nos emocionarmos, com o som maravilhoso das lindas canções invadindo nossos lares, ocupando o espaço da tristeza em nossos espíritos.

Pensando no assunto, comecei a imaginar como deve ter sido o Natal dos britânicos em 1943/1944 (e de muitos europeus), no momento mais agudo da segunda grande guerra, quando os alemães escolheram o período da noite para lançar suas bombas mortíferas sobre os lares londrinos. A história nos conta que, mesmo com a permanente tensão, os moradores da cidade nunca perderam a sua fleuma, parte da sua rotina; não esmoreciam e procuravam levar uma vida como se os nazistas não pudessem afetar o curso delas. E com esse pensamento, muitos enfeitaram suas casas normalmente para esperar o Natal, e a maioria comemorou frugalmente o grande dia nos abrigos subterrâneos da cidade. A data, e o motivo da comemoração, precisava ter continuidade, mesmo sem a pompa de outras épocas. Deste modo, venceram o medo com a Fé; o terror das bombas V1 com o som maravilhosos dos cânticos.

Do mesmo modo, deve ter acontecido assim na primeira grande guerra, ou em períodos de pestes mortais, como a Gripe Espanhola, a Peste Negra, a Varíola, a Peste Bubônica, entre tantas outras. Nada disso foi suficiente para estancar o curso das festividades do dia em que comemoramos a vinda de Cristo.

A terra onde Jesus nasceu, por exemplo, tem sido um local permanente de incertezas de como será o Natal do ano que corre. O conflito árabe/israelense tem apagado, ano após ano, o brilho desta festa, mas não a interrompe por completo. Um exemplo disso aconteceu em 2006. Belém fica hoje localizada fora do território de Israel, na Cisjordânia, mas, mesmo assim, dezenas de milhares de turistas procuram a cidade nesse período natalino para visitar o local onde o Filho de Deus se fez homem. O conflito entre os dois povos ocasionou o surgimento de um muro entre as duas regiões litigiosas. E isso tirou o acesso dos trabalhadores que diariamente adentravam em Israel para exercer suas funções em Jerusalém, cidade próxima à fronteira, especificamente naquele ano. A Intifada, provocada pelo Hamas, foi a responsável por Israel levantar o muro para proteger a sua população dos ataques quase diários promovidos pelos seus inimigos. Pagaram por isso os trabalhadores do outro lado do muro, em Belém, que precisavam do dinheiro ganho dos Judeus para promover o sustento de suas famílias.

A cidade de Belém, de pouco mais de 40.000 habitantes, ficou sem recursos financeiros, sem condições até mesmo de pagar os salários de seus funcionários. Aquele Natal foi muito triste. Até mesmo os produtos retirados das fazendas existentes no outro lado do muro, foram impedidos de chegar até a mesa das famílias na cidade de Cristo. Contudo, não duvido de que os cristãos lá residentes deram um jeito de comemorar a data mais importante da cristandade. Eles sempre conseguem. A Fé que move montanhas, segundo as escrituras, sempre encontra um modo de acender a chama da esperança nos corações cristãos. E não há peste ou flagelo suficientemente grande que impeça que eles festejem a sua data célebre.

Quem não tem acesso à energia elétrica para acender as luzes da árvore mais humilde, acendem velas de cera e o brilho das chamas fazem refletir as cores nas bolas e arranjos natalinos. Elas emitem o fulgor e o brilho de suas belas cores: O Vermelho, que representa o sangue de Cristo, e o amor incondicional ensinado pelo Mestre; e o Dourado, que significa a presença do divino, a luz, o sol. Essas cores, esse brilho, nunca morrerão nem faltarão nos lares cristãos. Mesmo em tempos de guerra ou de peste, como a que vivemos hoje.

Em algum lugar encontrei uma lista de coisas que podemos fazer para alegrar as crianças nesse Natal diferente: 

1 – Tirem o dia para cozinhar receitas natalinas;

2 – Façam cartões de natal personalizados;

3 – Organizem uma chamada de vídeo com Papai Noel;

4 – Decorem a casa juntos;

5 – Invista em maratona de filmes de natal;

6 – Façam um Karaokê com músicas de natal;

7 – Troquem presentes virtualmente;

8 – Passeie de carro pela cidade para admirar as luzes de natal pela cidade;

9 – Criem uma lista de agradecimentos e pendurem na árvore. Motivos para agradecer a Deus pelo ano passado não faltarão.

10 - E, principalmente, ajoelhem-se e renovem os votos de Aliança com o nosso Poderoso e Amoroso Deus. 

Um Feliz Natal a todos!

 

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