segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Doces Reminiscências

Bela Emília em frente à casa da autora


 

Benedita M. Barros Araújo Lima (*)

Interessante como as nossas boas memórias ficam guardadas, quase que escondidas, em nossos subconscientes. No final de semana passado fomos ver umas plantas para o nosso jardim e, lá chegando, nos deparamos com um pé de Bugari e logo o Raimundo foi separando a plantinha para levarmos. Imediatamente me vi pensando no quanto minha sogra gostava daquela planta e que por inúmeras vezes fui presenteada, por ela, com uma flor cheirosa de Bugari. Como eu gostava daquele gesto! E era incrível porque ela não era conhecida como alguém muito sentimental. Mas ela de fato o era. Então, ao ver aquela plantinha logo quis ter uma delas para colocá-la na entrada de nossa casa aqui em Parnaíba. Certamente, a cada vez que as flores de Bugari derem o ar de sua graça e estiverem exalando o seu cheiro, virá à nossa mente, como que uma saudação da nossa querida mãe Quinha, D. Chiquinha ou mamãe para os seus filhos. Com certeza, serão sempre lindas memórias!

O pé de Bugari em formação

Quando terminamos a construção da nossa casa, uma outra plantinha também fez parte do projeto de jardinagem, a Bela Emília, conhecida por nós como Lilás. Essa é mais uma planta que nos traz à memória outras grandes mulheres que fizeram parte de nossas vidas: nossa avó materna (Zezé), tia Felicinha e nossa mãe Teresinha. A tia Felicinha sempre contava a história de que aquela planta chegou pela primeira vez a Presidente Dutra pelas mãos de nossa bisavó Maria e então essa plantinha passou a fazer parte da história da família. E eu quis que ela estivesse na frente de minha casa. Quantas agradáveis reminiscências de pessoas amadas, que pelas suas singelas atitudes, como a de gostarem da natureza, das belezas criadas pelo Senhor, nos trazem à memória lindos momentos vivenciados com elas... Certamente, inúmeros aprendizados tivemos com essas benditas mulheres.

Mas como atitudes singelas têm peso tão significativo? Sentimentos sempre serão algo profundo, que não temos como explicá-los, apenas sentimos e sentimos e continuamos gostando de senti-los...

 


(*) Benedita M. Barros Araújo Lima, é juíza de direito aposentada.

2 comentários:

  1. Texto que exala bons sentimentos!

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  2. Tive o prazer de ouvir a história das duas plantas pessoalmente. ❤️

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