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Luiz Thadeu Nunes e Silva(*)
A
invasão militar russa na Ucrânia completou sexta-feira, 24/02, um
ano sem perspectiva para o fim dos confrontos militares. Quando o
conflito começou em fevereiro de 2022 escrevi um artigo com o título
“O mundo não precisa de mais um guerra”. Falava da guerra que
estávamos travando contra o coronavírus, que àquela altura ceifava
vidas pelo mundo. Citei a insanidade do presidente russo Wladimir
Putin invadir um país irmão, a Ucrânia.
Lembrei que nas primeiras horas da manhã de quinta-feira,
24/02, acordei, liguei a TV, e vi pelos telejornais: sirenes, tanques
de guerra, bombas, mais uma guerra no Velho Mundo. A Europa foi palco
de duas grandes guerras mundiais: Primeira Guerra(1914 – 1918),
Segunda Guerra(1939 – 1945), assiste a mais um conflito, agora
entre dois países-irmãos era surreal.
Triste, emudecido, observei as cenas, as narrativas, pensei
naqueles pais, nas mães, nas crianças daquele lindo país que
visitei em outubro/18. Estive em Kiev, sentei em bancos nas praças,
caminhei por ruas e avenidas próximas ao rio Dnipro.
Pela TV vi cenas de pessoas ensanguentadas, tristeza e morte.
Gente tentando fugir do país. Muitos escondidos em estações de
metrôs, outros em bunker, na esperança de não serem atingidos por
bombas lançadas pelo exército russo. Kiev tem as estações de
metrôs mais profundas do mundo.
Uma guerra, que segundo os
analistas, seria de poucos meses, já se arrasta por um ano, sem
sinais de que vá acabar em um futuro próximo.
Já
são 8100 mortos e 13 mil feridos do lado ucraniano, além de 8,1
milhões de refugiados, segundo a Acnur, Alto-comissariado da ONU
para refugiados. Ou seja, fugiu da Ucrânia 20% de sua população.
Pessoas que perderam tudo, fugiram para países próximos na
tentativa de salvar a vida. Segundo a OCDE, Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a guerra já teria custado
US$ 2,8 trilhões para a economia mundial, em termo de produção.
A
Ucrânia é de longe a maior vítima econômica da guerra. A
infraestrutura do país sofreu danos profundos e de longo prazo. Por
outro lado, a economia russa demonstrou resiliência. Apesar dos
duros embargos, a queda no PIB russo foi estimada em 2,5% em 2022,
contrariando previsão de contração de mais de 10%.
Mas o mundo todo foi afetado. Economias sólidas como a
americana e de países europeus voltaram a ter inflações que muitas
gerações não conheciam. Acima de dois dígitos. Em viagens pelo
mundo, após o arrefecimento do coronavírus, vi tudo mais caro:
passagens aéreas, hotéis, comida, passeios.
O
Banco Mundial adverte que podemos estar no início de um novo ciclo
de quebradeira na economia de países emergentes.
Um
ano após a invasão, a Rússia não controla nem de longe tanto
território quanto nos estágios iniciais da guerra, quando suas
forças avançaram rumo a Kiev. Mas o país ainda ocupa áreas
significativas no leste e no sul da Ucrânia.
Após
o avanço fracassado em direção à capital ucraniana, as forças
russas concentraram sua atenção em unir o território que
controlavam no leste, em torno de Luhansk e Donetsk, região de
Donbas, e em áreas da Crimeia.
De
tempos em tempos surge um louco belicista no mundo, subvertendo a
ordem mundial; isso acontece desde os primórdios. O que não se
esperava, que em tempos atuais, com a tecnologia que temos, fôssemos
assistir ao vivo e a cores, da TV da sala de casa e pelas redes
sociais, nos smartphones, a destruição de um grande país,
localizado na Europa, por causa dos caprichos de autocrata
desvairado. Isso mostra que o mundo está carente de lideranças
-“Homens fracos produzem tempos difíceis”, provérbio oriental.
No vácuo, Vladimir Putin se fortaleceu até chegar a essa guerra
desnecessária.
Como baratas tontas, líderes europeus e o presidente dos EUA, dono do maior arsenal bélico e outrora xerife do mun…
(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista, escrevinhador e viajante. O latino-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
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