quinta-feira, 2 de março de 2023

Um ano de guerra; a sandice continua.

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Luiz Thadeu Nunes e Silva(*)



A invasão militar russa na Ucrânia completou sexta-feira, 24/02, um ano sem perspectiva para o fim dos confrontos militares. Quando o conflito começou em fevereiro de 2022 escrevi um artigo com o título “O mundo não precisa de mais um guerra”. Falava da guerra que estávamos travando contra o coronavírus, que àquela altura ceifava vidas pelo mundo. Citei a insanidade do presidente russo Wladimir Putin invadir um país irmão, a Ucrânia.


Lembrei que nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, 24/02, acordei, liguei a TV, e vi pelos telejornais: sirenes, tanques de guerra, bombas, mais uma guerra no Velho Mundo. A Europa foi palco de duas grandes guerras mundiais: Primeira Guerra(1914 – 1918), Segunda Guerra(1939 – 1945), assiste a mais um conflito, agora entre dois países-irmãos era surreal.


Triste, emudecido, observei as cenas, as narrativas, pensei naqueles pais, nas mães, nas crianças daquele lindo país que visitei em outubro/18. Estive em Kiev, sentei em bancos nas praças, caminhei por ruas e avenidas próximas ao rio Dnipro.


Pela TV vi cenas de pessoas ensanguentadas, tristeza e morte. Gente tentando fugir do país. Muitos escondidos em estações de metrôs, outros em bunker, na esperança de não serem atingidos por bombas lançadas pelo exército russo. Kiev tem as estações de metrôs mais profundas do mundo.
Uma guerra, que segundo os analistas, seria de poucos meses, já se arrasta por um ano, sem sinais de que vá acabar em um futuro próximo.


Já são 8100 mortos e 13 mil feridos do lado ucraniano, além de 8,1 milhões de refugiados, segundo a Acnur, Alto-comissariado da ONU para refugiados. Ou seja, fugiu da Ucrânia 20% de sua população. Pessoas que perderam tudo, fugiram para países próximos na tentativa de salvar a vida. Segundo a OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a guerra já teria custado US$ 2,8 trilhões para a economia mundial, em termo de produção.


A Ucrânia é de longe a maior vítima econômica da guerra. A infraestrutura do país sofreu danos profundos e de longo prazo. Por outro lado, a economia russa demonstrou resiliência. Apesar dos duros embargos, a queda no PIB russo foi estimada em 2,5% em 2022, contrariando previsão de contração de mais de 10%.


Mas o mundo todo foi afetado. Economias sólidas como a americana e de países europeus voltaram a ter inflações que muitas gerações não conheciam. Acima de dois dígitos. Em viagens pelo mundo, após o arrefecimento do coronavírus, vi tudo mais caro: passagens aéreas, hotéis, comida, passeios.


O Banco Mundial adverte que podemos estar no início de um novo ciclo de quebradeira na economia de países emergentes.


Um ano após a invasão, a Rússia não controla nem de longe tanto território quanto nos estágios iniciais da guerra, quando suas forças avançaram rumo a Kiev. Mas o país ainda ocupa áreas significativas no leste e no sul da Ucrânia.


Após o avanço fracassado em direção à capital ucraniana, as forças russas concentraram sua atenção em unir o território que controlavam no leste, em torno de Luhansk e Donetsk, região de Donbas, e em áreas da Crimeia.


De tempos em tempos surge um louco belicista no mundo, subvertendo a ordem mundial; isso acontece desde os primórdios. O que não se esperava, que em tempos atuais, com a tecnologia que temos, fôssemos assistir ao vivo e a cores, da TV da sala de casa e pelas redes sociais, nos smartphones, a destruição de um grande país, localizado na Europa, por causa dos caprichos de autocrata desvairado. Isso mostra que o mundo está carente de lideranças -“Homens fracos produzem tempos difíceis”, provérbio oriental. No vácuo, Vladimir Putin se fortaleceu até chegar a essa guerra desnecessária.

Como baratas tontas, líderes europeus e o presidente dos EUA, dono do maior arsenal bélico e outrora xerife do mun…


(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista, escrevinhador e viajante. O latino-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.

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