quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Vou voltar a Israel

O autor em uma de suas viagem à Terra Santa

 

Luiz Thadeu Nunes e Silva(*)

Manhã de segunda-feira, 09/10, recebi uma mensagem, via WhatsApp, de uma produtora da TV Mirante, querendo saber se conhecia alguém que tinha adiado ou cancelado uma passagem para Israel. A entrevista seria para complementar uma matéria sobre maranhenses que estavam em Israel, e voltariam, às pressas, por causa do conflito, provocado pela invasão do grupo terrorista Hamas ao território israelense. Falei que tinha uma viagem marcada para voar em dezembro e que estaria aguardando o desdobramento do imbróglio para saber se manteria ou cancelaria o bilhete aéreo. Ela me perguntou se toparia dar uma entrevista.

Na terça-feira, 10/10, no início da tarde, a equipe de TV veio à minha casa para a entrevista, que foi ao ar na noite do mesmo dia, na edição do JM2. Na matéria foi mostrada entrevista com alguns turista no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, e finalizou com a minha fala.

Estive em Israel em cinco diferentes vezes; também visitei a Cisjordânia, e estive na fronteira com Gaza, palcos do sangrento conflito. A viagem que é para ser em dezembro, seria a primeira vez que iria à Israel no período natalino. Nas vezes anteriores, fui nos meses de março a outubro.

Israel é um país pequeno, se comparado com o Brasil. Já percorri de carro todo o país, e visitei muitas cidades da Cisjordânia. Israel é um país do Oriente Médio banhado pelo Mar Mediterrâneo. Possui uma área de 22 mil km² e conta atualmente com uma população de 9,7 milhões de habitantes aproximadamente. O seu reconhecimento como Estado aconteceu oficialmente no ano de 1948. No entanto, a sua capital não é um consenso internacional. Israel reivindica como capital a cidade de Jerusalém, cuja parte oriental é disputada pela Palestina. Por outro lado, a cidade de Tel Aviv abriga muitas embaixadas de outros países e é amplamente reconhecida como centro administrativo. Tel Aviv é cosmopolita, lembra a zona sul do Rio de Janeiro, com suas praias e geração deslocada e festeira.

Em minhas andanças por Israel fiquei apaixonado pelo país. Fascinante e surpreendente, Israel tem uma das melhores centro tecnológico do mundo. Muitos dos aplicativos que passaram a fazer parte de nossas vidas são israelitas. Um exemplo é o waze. Enquanto Jerusalém é religiosa, associada à passagem de Jesus Cristo por suas ruas, Tel Aviv é efervescente e mundana.

Logo após a matéria ir ao ar na noite de terça-feira na TV, recebi inúmeras mensagens de amigos e conhecidos, alguns preocupados, querendo saber se eu teria mesmo coragem para viajar para esses lugares tão perigosos. Alguns amigos, pessoas queridas, me aconselharam a desistir de “tamanha loucura”, na opinião de uma delas. Fátima, amiga carioca, me convidou para conhecer a “Faixa de Gaza”, região perigosa do Rio de Janeiro, que faz jus ao nome. “Se você gostar da experiência e sair vivo, pode embarcar para o Oriente Médio”, escreveu ela.

Caro leitor, amiga leitora, você pode até não gostar do povo judeu, mas tem que respeitá-lo. Os Judeus sobreviveram aos Egípcios, Babilônios, Persas, Gregos, Romanos, Otomanos, Alemães, Soviéticos e ao restante do mundo ... Israel é o único país que reavivou uma língua morta e a tornou língua nacional.

Israel recicla 90% da água residual que produz, tornando-se líder mundial em reciclagem de água. Nos Estados Unidos, apenas 1% das águas residuais é reciclado.  Uma empresa israelense desenvolveu um gerador de água atmosférica que pode criar água potável a partir do ar. Esse dispositivo foi implantado em situações de desastre em todo o mundo.

Quando Israel foi fundado em 1948, sua população era de apenas 806.000 habitantes. Desde então, a população cresceu e é esperado que alcance 10 milhões nos próximos três anos. Israel é o único país democrático, moderno, limpo, secular, laico em todo Oriente Médio. O único país do mundo em que há hoje mais árvores que havia há cem anos. O país tem a maior média de Universitários por habitante no mundo. Em Israel se produz mais documentos científicos por habitante que qualquer outro país. Em 71 anos de fundação Israel tem 13 prêmios Nobel, o Brasil não tem nenhum.

Como disse na entrevista, “a prudência mostra que o melhor que tenho que fazer é ficar em casa, em São Luís, minha “Ilha do Amor”, esperando a poeira baixar, as bombas cessarem. E, clamando ao bom e misericordioso DEUS para colocar juízo na cabeça e amor no coração de judeus e palestinos, para acabarem com a carnificina, que ceifa a vida de inocentes, que não têm nada com esse conflito.

Vou voltar a Israel, com fé em Deus.

(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o latino-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”. Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

3 comentários:

  1. FOLHAS AVULSAS nos presenteando com boas leituras.
    Uma boa crônica de Luis Tadeu.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns conterrâneo por sua bravura em defesa do obvio. Israel será sempre israel.

    ResponderExcluir
  3. Terrorista será sempre terrorista

    ResponderExcluir