domingo, 3 de setembro de 2017

CRÔNICAS VIVIDAS - IMPÉRIO DAS CIRCUNSTÂNCIAS





José Ribamar de Barros Nunes*

Muita gente se preocupa só com o presente e despreza os outros dois momentos, ou seja, o passado e o futuro. Alguns exageram e afirmam que só interessa o dia de hoje. Na verdade, os três momentos não se confundem. Interligam-se e se inter-penetram.
Na sessão da Câmara dos Deputados que discutia a autorização para que o supremo Tribunal Federal julgasse o Presidente da República um grande número de parlamentares invocou e analisou esse tema nas suas considerações e votos.
Uma decisão de hoje não pode desconsiderar o ontem nem muito menos o amanhã. É mister ver e rever o que aconteceu, o que está acontecendo e também o que vai acontecer. Os momentos se ligam e se complementam. Não sei dizer, avaliar e pesar qual o mais importante ou pesa mais na balança da vida.
E aqui surge um conceito importante e difícil de definir, sobretudo de se entender, compreender, discutir e resolver. Refiro-me ao famosíssimo “império das circunstâncias”.
Ele se afigura um misto de fatos, ações e reações que nem sempre se encadeiam. Em suas decisões mais importantes e finais, muitos líderes desabafaram afirmando que não tinham outra solução a tomar. Eu diria que se trata de um momento ou fato sem opções, sem alternativas. O veredito se impõe. Não existe o amanhã. A pessoa somente se depara com o “aqui e agora”. Consumatum est.
O presente se torna passado. Surge o futuro. Um novo presente se apresenta... O império das circunstâncias domina e vence. O palco desaba. A cortina se fecha. O céu se abre ou se fecha... E a vida continua. O horizonte parece inalcançável...
O império das circunstâncias sempre domina e vence. A história julga tudo. Nós somos testemunhas oculares...

*José Ribamar de Barros Nunes, é autor de “Duzentas Crônicas Vividas”.
E-mail: enpi13@hotmail.com

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