
Francisco de ALMEIDA(*)
1.
Quando o Conselho Divino
Foi
criar o ser humano,
Fez
uma reunião
Pra
bolar completo plano,
Chamando
todos os anjos
Para
não haver engano.
2.
Primeiro, surgiu a ideia
De
que a nova criatura
Seria
uma semelhança,
Com
fidelidade pura,
Da
Divindade Celeste
Sem
haver qualquer censura.
3.
Mas logo alguém discordou,
Pois
havendo essa igualdade
O
humano poderia
Ter
total felicidade,
E
com poderes de Deus,
Abusar
da autoridade.
4.
Um dos anjos mais antigos,
Fez
a seguinte proposta:
Que
o homem seria igual
Com
uma ideia oposta,
Tirando
a felicidade
Como
condição imposta.
5.
Mas surgiu novo problema,
Aonde
se esconderia
A
dita felicidade,
Em
que local poderia
Ser
posta com segurança
Que
o homem não acharia?
6.
As ideias foram surgindo:
Numa
montanha bem alta,
Põe-se
a felicidade
Em
local que ninguém salta,
Num
seguro esconderijo
E
assim ninguém a assalta.
7.
Porém, logo alguém falou:
Isso
para o ser humano,
Será
bastante moleza,
Até
mesmo artesiano,
Ele
chega nas alturas
Sem
que sofra qualquer dano.
8.
Uma segunda proposta,
Foi
pôr no fundo do mar,
A
bela felicidade
Para
ninguém encontrar,
Mas
logo foi contestada,
Pois
também se iria achar.
9.
É que no fundo do mar,
Apesar
de bem distante,
Mas
o homem inteligente
A
encontra num instante,
Basta
usar submarino
Para
tê-la logo adiante.
10.
A terceira sugestão,
Com
detalhe discutida,
Foi
guardar noutro planeta,
Segura
e bem escondida,
A
amável felicidade
Pra
que não fosse colhida.
11.
Esta ideia interessante,
Foi
ligeiro descartada,
Visto
que o homem cria asas
Com
perfeição apurada
E
graças à aviação
Ela
seria encontrada.
12.
Mas um anjinho calado
Que
só prestava atenção,
Afirmou
com segurança
Que
detinha a solução,
Guardá-la
no próprio homem
Que
ele não poria a mão.
13.
Pois o homem constantemente
Procura
a felicidade,
Mas
sempre longe de si,
E
pra dizer a verdade,
Ele
nunca a achará
Só
juntando ansiedade.
14.
Felicidade não é
Uma
condição externa,
Está
bem dentro de nós
Mas
pouca gente observa,
Fica
procurando fora
Aonde
não fez reserva.
15. Felicidade
não é algo
Que se
encontre à distância,
Reside
dentro de nós
Com toda
sua elegância,
Há
felizes na humildade
E
tristonhos na pujança.
16.
A maior parte das coisas
Consegue-se
com dinheiro.
Existem
também algumas
Que se
tem como herdeiro,
Porém,
pra felicidade
Não há
caminho certeiro.
17. Contudo,
o melhor remédio,
Pra se
ter felicidade,
É ser
gentil c’as pessoas
Independente
de idade,
Aparência
ou condição,
Desenvolvendo
a bondade.
18. Sempre
proporcionar
Alegria
ao semelhante
É uma forma
altruísta
E
bastante edificante
Pra se ter
felicidade
De
forma muito abundante.
19.
Felicidade não é alvo
Que
se deseja atingir,
É
um sistema de vida
Que
devemos construir
Não
é ida, nem é volta
É
o trajeto a cumprir.
20. E
também não é local
Que se
deseja alcançar,
É uma
forma de vida
Incluindo
o nosso lar,
Não é
ida, nem chegada,
É o
nosso caminhar.
21. Carlos Drummond já falou,
Com muita propriedade
Que ser feliz sem motivo
É a pura felicidade,
Pois quando a causa
se vai,
Você fica na saudade.
(*)Francisco de ALMEIDA é Membro da Advocacia Geral da União,
Poeta Popular; pertence à Academia Piauiense de Literatura de Cordel – APLC –
Cadeira n. 01, à Academia Piauiense de Poesia – Cadeira n. 37, e à Academia
Piauiense de Trova e a Academia Longaense de Letras, Cultura, História e
Ecologia Cadeira n. 13.
Dr. Francisco Almeida, meu amigo e grande cordelista, estreando com estilo no Folhas Avulsas. Parabéns ao blog e ao cordelista.
ResponderExcluirMuito obrigado, Amigo CHICO ACORAM, pela manifestação. Vamos tentar agradar os leitores deste estimado Blog, do Amigo José Pedro de Araújo Filho, a quem aproveito o ensejo para agradecê-lo pela publicação, pois sei que o Blog tem especialização em crônica, e mesmo assim, ele publicou este singelo cordel. Abr. almeida.
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