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Imagem by Google |
José Pedro Araújo
Em outra oportunidade já descrevi
como comemorávamos o Natal na minha pequena cidade, em épocas passadas. Com o
título “O Natal Sertanejo”, relatei as dificuldades em organizar uma ceia nos
moldes da que vemos hoje em dia. Descrevi como erigíamos uma belíssima árvore
de natal a partir de um exuberante galho de Pitombeira, de preferência com
alguns cachos do fruto redondinho bem maduro, e que depois recebia toda a
decoração nas cores vermelha, branca e verde, que são alusivas à festividade maior
dos cristão. Depois da arrumação toda, incluindo-se ai uma instalação elétrica bem
rústica, com lâmpadas multicoloridas, mas apagadas, posto não termos energia elétrica ainda. Tudo era arrematado com uma Estrela
de Belém bem no alto da folhagem. Bela e natural árvore natalina caipira.
Depois de pronta e decorada,
muitas vezes ela excedia aos três metros de altura, e recebia os presentes
simples que os pais depositavam ali para serem entregues aos filhos no final da
apresentação do Auto de Natal. Por que justamente a escolha da árvore da Pitombeira? Porque possuía folhas pequenas, volumosas e muito verdes, além de
resistentes a perda da sua vivacidade! Assim, demorava dias sem murchar. Do
mesmo modo, porque seria fácil encontrar um galho bem enfolhado e cônico,
idêntico a um pinheiro. Pelo menos em tese.
Toda essa arrumação acontecia na Igreja Cristã
Evangélica, local onde se acomodava uma multidão nas noites de 25 de dezembro
para acompanhar a festiva comemoração que já se tornara tradição na cidade. Gente
de todas as regiões da cidade se aglomerava para assistirem à apresentação das
peças natalinas, a ponto de não caber mais ninguém no templo. Era um espetáculo
muito bonito e cheio de significância e emoção. Enleava-nos e nos envolvia em
uma aura de ternura e amor.
Por sua vez, a Ceia também não
tinha o glamour das atuais, por razões de fáceis compreensão: o comércio, ainda
incipiente, também não oferecia muitas oportunidades para aquisição dos
incensados perus de mais de dez quilos de hoje em dia; nem as castanhas, os
Panetones e os chocolates tão à mão nas sortidas casas comerciais que hoje tínhamos
à disposição. Tudo era substituído pelos Perus, além dos tradicionais leitões, criados,
e engordados nos chiqueiros existentes nos próprios quintais, que aliados aos
patos e frangos caipiras, compunham uma gostosíssima Ceia para várias dezenas
de pessoas. Portanto, a comemoração era coletiva, não apenas com os nossos
familiares. E era festiva. Muito festiva. Como esquecer?
Depois que nos dispersamos e
fomos morar em lugares diferentes, minha mãe exigia que nos encontrássemos
nessa data para relembrar o nascimento de Jesus dentro dos melhores moldes que
a data exige. Agora que ela se foi, perdemos o hábito, e cada um de seus filhos
se arranja da forma que mais lhe convêm para não deixar passar em brancas
nuvens a data mais importante da cristandade. Como agora, quando contarei
apenas com a minha própria família(esposa, filhos, noras e netas), no jantar
festivo que organizaremos em nossa casa. E ao pensar nisso, bateu uma saudade
incrível dos velhos tempos em que a nossa árvore natalina gigante, construída a
partir de uma Pitombeira robusta, enfeitava tudo ao seu redor; iluminava e
estimulava o auto natalino e transformava a ocasião em uma festa cristã das
mais bonitas, e para muitas famílias amigas.
FELIZ NATAL!
Dr. Araújo, parabéns por esse belo texto que descreve o antigo natal em seu velho Curador. Aproveito o ensejo para desejar ao nobre amigo e família um feliz Natal e um 2019 com muita saúde, paz e realizações. Um abraço.
ResponderExcluirObrigado, meu amigo! Feliz Natal para todos da querida família Acoram! Que todos os desejos se transformem em realidade e vitórias!
ExcluirAproveito para lhes desejar, aos caros Araújo e Acoram, um excelentíssimo Natal e um Ano Novo pródigo em prosperidade.
ResponderExcluirFeliz Natal e um Ano Novo recheado de realizações na vida real, e também na literária e fantástica, gerada da sua criativa mente privilegiada, meu caro Poeta Elmar Carvalho!
ResponderExcluirDr. Elmar,
ResponderExcluirUm feliz Natal. E que em 2017 o nosso grande poeta nos presenteia com belíssimas poesias. Desejo-lhe também e família um próspero ano e cheio de alegrias e saúde. Um abraço.
Est. Dr. Araújo, parabéns pela descrição tão fiel, em consonância com os costumes de sua região, que muito coincide com outras tantas, da data mais primorosa da Cristandade. Um abração.
ResponderExcluirObrigado, Dr. Almeida. sobretudo pelo constante acesso ao blog.
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