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Meu pai, eu, tia Lili, tio Anísio e meu irmão Jonas - 22/07/1977 |
José Pedro Araújo
Em um certo 22 de julho como
este, 42 anos atrás, às dezoito horas, recebia o grau de Engenheiro Agrônomo no
auditório do Colégio das Damas, no Recife. Presente ao evento, a me acompanhar,
meu pai, meu irmão Jonas, e meus tios, Anísio e Lili Baldoíno, estes, amparo do
sertanejo presidutrense em terras pernambucanas. Era o ponto culminante das
festividades de formatura que tiveram início dias atrás com os eventos de praxe:
plantio da árvore símbolo por este concludente - nos jardins do Departamento de
Fitopatologia da UFRPE -, o culto e a missa solene, e, finalmente, o jantar
festivo em um dos restaurantes badalados da cidade, com muito chope e música ao
vivo. As comemorações teriam fim com o Baile de Formatura, no dia seguinte, no
tradicional Clube Português do Recife. Foram dias de grande confraternização,
mas com aquele gostinho de adeus que iria tomar conta de nós a cada dia que se
aproximava do seu final. A separação dos colegas de curso que, com certeza,
nunca mais veríamos, era o que mais doía, depois de conviver com eles durante
os mais de quatro anos em que mourejamos juntos nas salas de aula. Mas batia
também aquela dúvida tão comum em situações análogas: será que me preparei
convenientemente para desempenhar com competência a minha missão de engenheiro formado
em duas das escolas de agronomia mais tradicionais do país? Estava pronto para
a vida que teria pela frente também? Para essas duas questões primordiais ainda
não tenho respostas. Apesar de já estar aposentado da profissão, ainda não
conclui o balanço final da minha vida profissional. E quanto à minha preparação
para os embates da vida futura, ainda estou também à procura da resposta, pois
a luta continua, e eu sempre me deparo com situações para as quais continuo sem
saber como enfrentar. Para as questões passadas, dá para fazer uma rápida
avaliação. Vejo, por exemplo, que colhi muitas vitórias, mas também algumas
derrotas. As vitórias, saboreei com prazer e alegria. As derrotas, muitas vezes
deixaram marcas indeléveis, e marcaram principalmente na alma. Entretanto,
posso afirmar para esta parte da vida, somando e subtraindo, possuo um saldo
positivo que muito me alegra o espírito e me faz proferir a velha e surrada
frase: valeu a pena viver tudo isso! Acredito também que essa mesma avaliação
deve ter feito meu pai e minha mãe, sem o amparo de quem eu não nem teria saído
do meu velho Curador. Tudo à custa de enormes sacrifícios seus. Deus tem sido
muito complacente com a minha estultice e tem me absolvido dos erros cometidos,
oferecendo-me outras oportunidades para me redimir. Quanto ao que vem pela
frente, só me resta esperar. Para esse novo tempo, somo as experiências
vividas, e até acredito que estou mais preparado para o que possa chegar. Que a
vida me seja leve, contudo, no tempo que me resta. Como cidadão e como
profissional da agronomia. Deus seja louvado!
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Colegas posando no último dia de aula em frente a UFRPE - Sou o último à direita. |
Belo texto, pai! 👏🏻
ResponderExcluirObrigado, filho. As lembranças pulsaram fortes hoje.
ResponderExcluirDr. Araújo,
ResponderExcluirPrimeiro, parabenizá-lo por essa excelente crônica. Segundo, dizer que suas dúvidas quanto a sua missão como Engenheiro Agrônomo, na minha opinião, são desnecessárias. Sou testemunha presencial do grande trabalho que o amigo desenvolveu em prol do desenvolvimento agrário do Estado do Piauí, seja como agrônomo ou como gestor do INCRA/PI e INTERPI. Lembro-me que, no início da década passada, a Superintendência do INCRA do Piauí obteve o 2º lugar no tocante ao cumprimento de metas de reforma agrária estabelecidas pelo órgão central, em Brasília. Isso graças a sua gestão e a excelente colaboração da equipe técnica e servidores do INCRA/PI. Assim, entendo que Engenheiro Agrônomo José Pedro Araújo, teve uma atuação importante no desenvolvimento agrário do nosso Estado.
Obrigado, meu amigo. Tudo porque contei com aliados como você e muitos outros. Essa parte da minha vida profissional entra no rol das minhas vitórias, tenha certeza.Quantas às derrotas... deixa que os outros relembrem! Ahahah! Estou em uma fase da vida em que o homem precisa descansar das batalhas travadas!
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