domingo, 14 de julho de 2019

Lençóis Maranhenses - Um Paraíso na Porta de Casa

Foto by Fernanda A. Chaves - Bruno e Lavínia desfrutando o paraíso


José Pedro Araújo

Quantas vezes viajamos para muito longe em busca de novas paisagens ou emoções diferentes! Já gastei boa quantidade do meu reduzido dinheirinho e tempo em busca de algo que poderia ser encontrado tão perto. E fizemos isso tudo em resumidos quatro dias. Pouco tempo depois já estávamos em casa novamente curtindo o nosso ócio e rotina. E a um custo muito reduzido também.

Dizia-me um amigo, certa vez, que uma boa viagem começa com uma ótima companhia e uma boa hospedagem. E estava certíssimo ele. No caso presente, fizemos uma curta viagem de quatro dias para a região de Barreirinhas, autoproclamada como o Portal dos Lençóis, em companhia da minha companheira, Helena, e do nosso filho Bruno, com sua esposa Fernanda e a filhinha Lavínia. E como nos hospedamos no aconchegante Gran Lençóis Flat Residence, um centro de hospedagem que dispensa comentários, a combinação “boa companhia com hospedagem confortável” casou como uma luva. E tudo isso somado com paisagens de tirar o fôlego. Deu no que deu: uma viagem inesquecível.

Em viagens por esse Brasil, e até mesmo fora dele, costumamos ser confrontados com uma recorrente pergunta: “Os Lençóis Maranhenses são tudo o que se fala dele?”.  E um pouco constrangidos, pois nunca havíamos viajado para lá, respondíamos que acreditávamos que sim. Na verdade, eu possuía até um certo preconceito em relação à região. Acreditava que quem passeia em uma duna de areia, passeia por todas elas. Depois, praticar subida em montes de terra não está propriamente entre as coisas que eu gosto de fazer. E, finalmente, também desacreditava na possibilidade da tal boa hospedagem e, até mesmo, no profissionalismo dos agentes prestadores de serviço do local. Enganei-me em relação à todas essas questões.  

Os passeios são de tirar o fôlego. A começar pelo das Dunas. Quanta beleza contém aquelas montanhas de areias nômades que encantam, tanto pela sua beleza, quanto pelo conforto da sua temperatura fria. Mesmo na hora mais quente da tarde, a sensação que tínhamos era a de estarmos pisando em algo refrescante, quase gelado mesmo. Acredito que isso se deva a grande concentração de monazita, um mineral abundante naquela região.

Depois de acessar ao topo da elevação branca, vem a visão das belas lagoas de águas cristalinas, de um verde deslumbrante. Mergulhar naquele líquido refrescante e transparente, foi o arremate para aquela tarde que havia começado a gente encarapitados nas saltitantes caminhonetes estilo jardineira. Minha neta Lavínia, bem ao seu estilo observador, amparada nos seus quase três anos de grande sapiência, ao avistar, do alto da primeira duna, as estonteantes lagoas, todas de tamanhos diferentes, nomeou as duas mais próximas: a maior, chamou de Mar-mamãe. A outra, de tamanho bem menor, convencionou chamá-la de Mar-bebê.  Para a sua percepção de criança, todo ajuntamento de água de porte avantajado deve ser um mar também, tal qual aquele que cerca a bela cidade em que reside, São Luís.
O por-do-sol foi a cereja do bolo: indescritível!

No dia seguinte, logo pela manhã, partimos em uma lancha para conhecermos as belezas do rio Preguiça. E como precisávamos retornar mais cedo do passeio, visto que queríamos voltar para São Luís ainda naquela tarde, alugamos um barco menor, mas muito confortável. Isso deve ter feito a diferença, pois fizemos paradas rápidas em lugares que nos chamavam a atenção, e o nosso experiente piloto, dublê de guia turístico, passou a nos descrever detalhadamente cada ponto, cada paisagem, cada pássaro ou lugarejo que íamos vendo pelo caminho. O rio Preguiça, aliás, já é de uma beleza incomparável, um atentado aos sentidos. Margeado por uma floresta exuberantemente verde, parece querer competir em beleza com os locais que todos querem conhecer: as dunas e as lagoas. E deste modo, a viagem do ponto de partida na cidade até o seu ponto final, o povoado Caburé - dura uma hora exata - é feita em meio à intensa explosão de beleza e prazer interior. Arremata o passeio, um almoço saborosíssimo almoço à base de peixes e crustáceos, em contraponto à singeleza do local. Um prêmio da culinária maranhense.

  De negativo – sempre encontramos algo negativo em meio a uma viagem turística. Talvez para acentuar as diferenças entre o que é bom e belo, e o que é ruim, e feio – tivemos a visão de uma cidade com uma aparência medonha, feia e descuidada. Mas isso apenas para acentuar que o homem, quando se contrapõe ao que a natureza construiu, quase sempre produz péssimas obras. E nesse caso específico, a diferença negativa é avassaladora entre Barreirinhas e o que se vê ao seu redor.

  

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