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Cordel exposto na Feira |
A bela
literatura
Denominada
cordel,
Também
chamada folheto,
Tem
aliado fiel,
Do século
dezesseis
Com suas
consagradas leis,
Seguindo
o mesmo painel.
II
Isso no
renascimento
Quando
popularizou
A
impressão de folhetos
Narrando
o que bem falou,
O
trovador medieval
Com o seu
dom genial,
Que o
povo muito alegrou.
III
O seu
nome vem da forma
Da
exposição para venda,
Pendurados
em barbantes
Em uma
singela tenda,
Pelas
feiras populares
Com
leituras singulares
E
declamação tremenda.
IV
A
ilustração do cordel
Faz-se
com xilogravura
Por certo
costume antigo;
Na
madeira, faz moldura;
A
carimbo, semelhante,
Com
desenho extravagante;
Parece
caricatura.
V
É uma
literatura
Que tem
regras definidas,
A métrica
como a rima
Deverão
ser atendidas,
Os
detalhes, valoriza,
A cultura
prioriza
Com
mensagens coloridas.
VI
No cordel
também continha
Muita
peça teatral,
Como
fazia Gil Vicente
Com o seu
dom genial,
Deslanchou
neste viés
Expondo
belos painéis
Com um
perfil magistral.
VII
Chegou ao
nosso Brasil
Provindo
de Portugal,
Fim do
século dezoito
Sem muito
potencial;
No século
dezenove,
Gigante
avanço promove
Na versão
original.
VIII
Melhor se
desenvolveu,
Foi na
Região Nordeste,
O seu
berço natural
Com muito
cabra da peste,
Em
estados com destaques
Com
registro em almanaques;
Em
alguns, só para teste.
IX
Estados
que valorizam
O nosso
cordel querido,
Sito em
outras regiões
Com bom
ânimo aferido:
Rio, São
Paulo, também Minas;
Jamais
caindo em ruínas,
Pois tem
apoio garantido.
X
Mas a
palavra cordel
Apareceu,
em primeiro,
Com o seu
sentido próprio
E em
contexto verdadeiro,
No grande
Dicionário
E
Contemporâneo, Pátrio,
Com o seu
sentido inteiro.
XI
Os
folhetos brasileiros
Começam a
ser impressos
No século
dezenove,
Com
sentimentos expressos,
Destacando
com bizarros,
Leandro
Gomes de Barros
Com
primorosos sucessos.
XII
As
notícias circulavam
Transmitidas
por cordel,
Os fatos
cotidianos
Também
cangaço a granel;
Assuntos
religiosos
E
bastantes curiosos,
O
preferido painel.
XIII
Leandro
teve influência
Dos
estimados Romances,
Ditos de
Cavalaria,
Com todas
as suas nuances
Da Época
Medieval,
Na
Espanha, em especial,
Com
destacados alcances.
XIV
Ditos
Romances contavam
As
proezas e façanhas
De um
grande herói, em busca,
Com
aventuras tamanhas,
Do seu
amor verdadeiro
Que nem
um forte guerreiro,
Até com
forças estranhas.
XV
Já em
outro seguimento
Que
Leandro se estendeu,
A Batalha
de Oliveiros,
Uma obra
que transcendeu,
Isso
contra Ferrabrás,
Interessante
demais
Que no
Brasil floresceu.
XVI
Filho do
Oficial Balão
O Famoso
Ferrabrás,
Aos Doze
Pares de França,
Um
Exército capaz;
Resolveu
desafiá-lo
Mas
apesar de o abalo,
Oliveiros
o desfaz.
XVII
E mais
Leandro atuou,
Escreveu
sobre o cangaço
E outros
temas nordestinos
Nesse tão
bonito espaço,
Sobre o
Antônio Silvino
Um
cangaceiro canino,
Com todo
desembaraço.
XVIII
De
Batistinha e Nezinho
Como foi
apelidado,
O grande
Antônio Silvino
Rifle de
ouro batizado,
Precursor
de Lampião,
Nunca
temia confusão,
Pernambucano
arrojado.
XIX
Antônio
Silvino fez
Prisão de
funcionário,
Chegou a
remover trilhos
Com ato
extraordinário,
Sequestrou
os engenheiros
Desapropriou
alqueires
Pro
trilho ferroviário.
XX
Leandro
também foi dito
O
primeiro, sem segundo;
Maior
poeta popular
Do nosso
Brasil fecundo;
O
príncipe do cordel,
Destacado
menestrel,
De
sentimento profundo.
XXI
Ariano
Suassuna
No Auto
da Compadecida
Inspirou-se
em dois folhetos
De
autoria atribuída
Ao
Leandro, consagrado,
Que
sempre foi imitado,
De
igualdade inatingida.
XXII
Os
cordéis citados foram:
Testamento
do Cachorro,
Cavalo
que Defecava
Dinheiro,
que aqui discorro;
Condena,
pois, a ambição
Que nunca
foi solução
E jamais
prestou socorro.
XXIII
No
Castigo da Soberba,
Outra
peça teatral,
Suassuna
utilizou
Como
roteiro ideal,
Um
folheto genuíno
Do autor,
Pirauá, Silvino
Sendo
sensacional.
XXIV
No ido de
mil novecentos,
Ano
exato, oitenta e oito;
Fundada a
Academia
Botando
para dezoito;
Brasileira
de Cordel,
Por um
grupo bem fiel
E
sobremaneira afoito.
XXV
É no Rio
de Janeiro
A sua
importante sede,
Após
trancos e barrancos,
Entretanto,
nada impede,
Gonçalo
seu Presidente
Um
cidadão bem decente
E poeta
que procede.
XXVI
Existem
academias
Por este
Brasil afora,
Mais presentes
no Nordeste
Pois é
sua robusta escora;
Vamos dar
brilho ao cordel
Como
seguidor fiel,
Apoiando
sem demora.
XXVII
Já o dia
do Cordelista:
Em
novembro, dezenove;
Louvando
o grande Leandro
Que o
folheto bem promove,
O dia do
seu nascimento
Com
grande agradecimento;
Que Deus
seus atos, aprove.
XXVIII
Não vou
aqui citar nomes
Tentando
não ser injusto,
Só
Leandro e Patativa,
Representando,
robusto,
Os poetas
brasileiros
Dois
cordelistas inteiros
De perfil
super augusto
XXIX
Em mil
novecentos e
Dezoito,
ano sagrado,
O forte
IPHAN declarou
Embora já
atrasado,
O Cordel
ser Patrimônio
Cultural,
sem pandemônio,
Do nosso
Brasil amado.
XXX
O cinema
brasileiro,
Do cordel
teve influência;
Às vezes
muito direta
Outras,
só com pertinência,
Com sua
formosura altiva
E cultura
bem ativa,
Chamando
muita assistência.
XXXI
Enfim,
vamos dar valor
A nossa
literatura,
Ela flui
em nossas veias
Recheada
de cultura,
Pois
valorize o que é seu
Pra
alcançar o apogeu
Com
alegria e doçura.
O prestigiado blog Folhas Avulsas apoiando a literatura de cordel. Parabéns ao Coordenador Dr. José Pedro Araújo. Meus aplausos ao grande cordelista Francisco de Almeida pelo excelente trabalho.
ResponderExcluirVALEU meu amigo Acoram. Muito obrigado pelo gentil incentivo. Abr
ExcluirAmigo Dr. ARAÚJO, filho ilustre de Pres. DUTRA-MA, antigo Curador. Muito obrigado por haver publicado o meu singelo cordel no seu importante blog. VALEU Deus lhe pague em longevidade e saúde.
ResponderExcluirO Blog é que se sente prestigiado com poetas de tão grande estatura literária. O cordel é do gosto do nordestino e, portanto, tem lugar privativo nesse humilde espaço.
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