Elmar Carvalho
Poeta, contista, cronista, historiador e membro da Academia Piauiense de Letras
Duas
lágrimas
de pedra
nos olhos de vidro
e uma
tristeza infinita na
alma de
cristal.
O
pensamento
voando
além do infinito
e o corpo
inerte
querendo
voar.
As
amarguras contidas
no soluço
recalcado,
que morre
antes de
ser
gerado.
A
insatisfação
dos atos
inúteis
em cada
palavra
dita em
vão.
A vontade
imensa
de
alcançar a
realização
total
de não
ter desejos.
E a vida
prática
e a
matemática
e a rima
que surgiu
por mero
acaso.
A
matemática
me
enlouquece:
por isto
meu pensamento
salta de
mais infinito
a menos
infinito
e explora
as amplidões
do
universo, enquanto
meus
olhos vidrados
fitam a
álgebra
sem
vê-la.
E a minha
abstração
me leva
ao infinito
que meu
corpo
me nega.
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