Paulo Gustavo Alencar é Eng. Agrônomo, funcionário público federal e poeta cordelista.
Nos tempos das lamparinas
No mundo do meu sertão
Menino soltava pipa
Junto com a imaginação
Fazia carro de lata
Construía carretão
Com duas rodas e forquilha
Transportava a animação
Atirar de baladeira
Era prova de atenção
Coração de beija-flor
Aumentava a precisão
Um fuminho na buanga
Pro pai da mata acalmar
E a reza de São Bento
Pra cascavel espantar
Jogar bila nos buracos
No triângulo ou no bitel
Liga, sabão e palito
Juntos com um carretel
Viram peças de trator
Pra Toim ou pra Manel
Palma da mão na peteca
Manda ela lá pro céu
As carradas se formavam
Dos capuchos de algodão
Tal qual uma de verdade
Em cima de caminhão
Com algumas diferenças
O cabresto é a direção
Mola de zinco que é forte
De flandre não guenta não
“Roba” bandeira e bicheira
Correria e agitação
Se quiser uma calmaria
Vem pra adivinhação
Contos, causos e cordéis
Prende logo a atenção
Pra assustar os mufinos
Histórias de assombração
O cavalo era de pau
A galinha de pereiro
E o gado era de osso
Não precisava dinheiro
A moeda era de conto
Achava até no terreiro
Tudo virava brinquedo
Sem choro e sem berreiro
Nos riachos, nas barragens
“Cama” de ar era a bóia
Banhar de chuva, então
Pense numa coisa joia!
Felicidade era pura
Sem nenhuma paranoia
As memórias desse tempo
Os “zói” enche que se “móia”.
PG Alencar (20/03/2016)
Essa publicação foi um grande impulso para eu mostrar meus escritos. Muitíssimo obrigado, JP de Araújo.
ResponderExcluirO blog é que tem a agradecer pelo excelente conteúdo que tens mostrado aqui. Além do mais, temos uma satisfação enorme em conhecer esse viés poético do nosso amigo e ex-colega de trabalho.
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