terça-feira, 6 de dezembro de 2016

CRÔNICAS VIVIDAS - PÁRA, DEUS!

Foto ilustrativa by Google


José Ribamar de Barros Nunes*

No programa do Geraldo, da TV Record, ele mostrou um vendaval em Manaus. Enquanto tudo voava pelos ares, inclusive a lona do Circo, um menino de 10 anos desesperado, chorava e exortava: -  Pára, Deus!, por que tudo isso, pára, Deus!

Pensando bem, creio que, ao longo da história, já aconteceram milhares de reclamações e invocações ao Criador por parte das criaturas que viram, observaram e sentiram ou presenciaram cenas e episódios como aquela observada do Circo. Falando em Circo, aqui no Brasil, na década de 1950, deu-se um incêndio horrível, em Niterói, que vitimou centenas de pessoas que ali encontraram a morte, ao invés de diversão e alegria.

A história tem registrado tragédias e catástrofes no céu, na terra e no mar. Já fiz algumas crônicas lamentando que o CRIADOR, aqui e ali, parece abandonar suas criaturas, a própria humanidade e o universo. Muitos escritores e poetas falam do seu “grito” de revolta perante os céus. O imortal Camões termina o primeiro CANTO de sua obra “Os Lusíadas”, com a seguinte exortação:

Que não se arme e se indigne o céu sereno

Contra um bicho da terra tão pequeno...

O nosso Castro Alves, por exemplo, chorava pelos Navios Negreiros e pela não chegada do seu “grito” aos céus...

Não aprovo, porém, procuro entender e compreender o desespero e decepção do ser humano, quando se vê expulso do paraíso ou atingido pelos raios violentos de Vulcano.

Na verdade, Santo Agostinho nos adverte que a inteligência humana não tem capacidade para compreender Deus.

Em minha vida, já ouvi, vi, li e presenciei, muitas vezes, essa expressão explosiva – “Pára, Deus”. Acho que nunca chegarei a assimilá-la ou compreendê-la. O tempo talvez me responda.


*José Ribamar de Barros Nunes, assessor Parlamentar do Senado, é autor de Crônicas Vividas e Duzentas Crônicas Vividas.
E-mail.: rnpi13@hotmail.com

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