José Pedro Araújo
Esta semana fui surpreendido por
uma fotografia postada por minha irmã no Whatsapp. Era a foto do meu convite de
formatura do curso ginasial. Ano: 1969. A emoção aflorou por todos os poros e o
coração bateu forte e saudoso ao me deparar com aquele singelo convite. Mas, e,
sobretudo, por relembrar tantos colegas que há muito não vejo e, especialmente,
por identificar ali alguns que já se foram e nos deixaram tanta saudade. E
foram muitos, a maioria partiu na flor da idade, ainda construindo a carreira
que tanto sonhou e planejou naqueles dias.
Resolvi juntar à foto do convite,
outra que já postei aqui neste espaço no qual aparecem alguns dos vinte e três
colegas concludentes, e rabiscar algumas linhas sobre o assunto. Nesta última
fotografia, estão ausentes sete colegas concludentes que, a esta altura da vida
(passados já quase quarenta e oito anos), não sei por que ficaram de fora: se
por não terem participado da solenidade de formatura(o mais provável), ou se por
simples vontade de não registrar a sua imagem para a posteridade.
O que tenho certeza é que por
aquelas cabeças jovens transitavam muitos sonhos, e muitas interrogações
também. Mais interrogações do que certezas, posso afirmar. Muitos sonhos,
poucas certezas, e uma montanha de indagações de como seria o porvir. Deus se
encarregou de traçar o caminho de cada um de nós. E quem somos nós para contestar
os seus desígnios? O certo mesmo é que muitos saímos em busca de um futuro
melhor, de um lugar ao sol, e não mais retornamos. A não ser por curtíssimo
tempo e para matarmos a imensa saudade dos que deixamos para trás. No meu caso, por exemplo, tento superar isso
revivendo, e revirando, esse passado e registrando tudo através das linhas que
escrevo, pois retorno menos à minha querência do que gostaria. É assim que me
conecto diariamente ao meu velho e querido torrão! Bendita tecnologia que nos
permite isso!
Sou imensamente grato ao velho
GPD. Sou mais reconhecido ainda aos homens e mulheres que me proporcionaram a
oportunidade de galgar novos patamares na vida. No que pese às dificuldades
para se organizar um quadro de docentes de bom nível em cidades do porte daquela
pequena comuna daqueles tempos, o destino tramou favoravelmente e nos enviou
professores de altíssimo nível para sanar o problema.
Olhando mais uma vez a foto com
os colegas devidamente trajados com a elegante farda do colégio, é possível
concluir que saímos de lá prontos para enfrentar o futuro. As lições recebidas
e os conhecimentos obtidos nas salas da vetusta União Artística Operária e
Agrícola de Presidente Dutra, embasaram-nos fortemente para os embates que
travaríamos dali para frente. E todos nos saímos satisfatoriamente. É o que
posso concluir hoje. Nossos professores, a maioria ainda transitando entre nós,
podem se orgulhar da obra realizada. Prestaram inestimável serviço àquele grupo
de jovens imberbes e sonhadores, a maioria mal saída da adolescência, e abriram
caminho para uma vida menos cheia de sacrifícios.
Ao idealizador do Ginásio Presidente
Dutra, Dr. José de Ribamar Fiquene, que, assim como nós, também partiu dali
para alçar voos mais altos, chegando a ocupar o honroso cargo de Governador do Estado
do Maranhão, a nossa eterna gratidão. E por tudo o que fez por aquela cidadezinha
perdida àquela época no mais profundo e obscuro sertão maranhense, merece ele ser
homenageado pelos nossos conterrâneos. Assim também, rogamos graças a todos
aqueles que são lembrados no convite. Um deles, aliás, o meu dileto amigo
Onildo Fortes de Sá Menezes, brilhante professor de Matemática, e nosso grande
incentivador, também concluiu o seu curso de Engenharia Civil somente anos após
a solenidade em que colamos grau e que tem o seu registro nesse simples Convite
de Formatura que ora encabeça esta singela crônica. Tenho ainda a felicidade de
contar com o nobre professor como um dos fieis leitores desse despretensioso blog.
E isso muito me envaidece. Felicidades ao grupo de 1969, segunda Turma do GPD!
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