José
Ribamar de Barros Nunes*
Agrada-me falar e comentar coisas e
temas misteriosos, nebulosos, profundos, emblemáticos, enigmáticos, lendários,
nefelibáticos. Eis um deles.
Não acredito em “almas penadas”, aquelas
que o povão acredita e divulga que voltam ao mundo terreno com o objetivo de
cumprirem ou repararem débitos e erros ocorridos no planeta terra. Por causa
dessas dívidas e comportamentos escabrosos ou pecaminosos, perambulam a esmo, a
torto e a direito, provocando assombrações e desmaios d’alma em busca de
resgate ou pedidos de ajuda.
Somente vão sossegar, quando alguém
cumprir por elas as obrigações que não fizeram ou desonraram. Existem milhares
dessas histórias ou lendas que o folclore se encarrega de divulgar e eternizar.
Confesso que não acredito nem muito
menos desacredito. Concordo com alguns pensadores e gurus que afirmam que
existe muito mais coisa entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã
filosofia.
Não consigo vislumbrar nem muito menos
entender nada além do horizonte. Gosto de relembrar uma poesia que diz que um céu
estrelado abate o orgulho de qualquer ser humano.
Talvez por isso no imortal vate lusitano
termine o primeiro canto do seu Lusíadas com a seguinte invocação:
“Que não se arme e se indigne o céu
sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno”.
*José
Ribamar de Barros Nunes é Assessor Parlamentar do Senado e autor de Crônicas
Vividas e Duzentas Crônicas Vividas
E-mail:
rnpi13@hotmail.com
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