José Pedro Araújo
O Comandante José Maria Magalhães
de Almeida governou o Maranhão de 01 de março de 1926 a 01 de março de 1930, e desenvolveu
no seu governo um espetacular plano de abertura de estradas. Como apregoou na época, aproximou a capital do
sertão. As fotografias postadas acima são do ano de 1928, e foram tiradas pelo
Deputado Federal Arthur Magalhães, irmão do Presidente do Estado (nome atribuído
ao administrador estadual durante o Estado Novo), um dos membros da comitiva
governamental em viagem de inauguração e/ou reconhecimento das estradas.
Magalhães de Almeida transformou os caminhos existentes por todo o Maranhão em
estradas de rodagem, construindo mais de 4.278 km durante o período do seu
governo. Foi um feito extraordinário em um estado que ainda usava seus rios navegáveis,
ou semi-navegáveis, para acesso ao interior.
Magalhães de Almeida era um
administrador irrequieto e destemido que percorreu todo o interior do estado
por diversas vezes, durante o período em que administrou o Maranhão. Nesse périplo
de reconhecimento e inaugurações que realizou em 1928, por exemplo, partiu de
São Luís às 22 horas para fazer o trajeto de São Luís, Coroatá, Pedreiras,
Curador, Barra do Corda, Carolina, Riachão, Balsas, Loreto, Mirador, Colinas,
Curador, novamente, Codó e São Luís. Levou apenas 5 dias para concluir o percurso.
E em todas as cidades por onde passou, participou de solenidades e foi
aplaudido pela população local, demorando-se algum tempo em todas elas. Já
transitou também em estradas recém-construídas e com boa pista para o tráfego
de automóveis, como os que se pode ver nas fotos acima. Mas essa foi a terceira
vez que ele fez esse mesmo percurso. Em 1926, percorrendo ainda caminhos pessimamente
construídos, levou 49 dias na viagem. No ano seguinte, 1927, já aproveitando os
trechos de estrada recentemente construídos, demorou-se 14 dias para fazer o
mesmo trajeto.
Passou duas vezes pelo Curador,
nessa viagem de 1928, e encantou-se com o desenvolvimento do povoado de crescia
a passos rápidos. O redator da viagem, Clarindo Santiago, expressou-se assim, a
respeito do que viu na Vila do Curador: “A povoação cresce dia a dia, em ruas
extensas, representando tipicamente um desses aglomerados irregulares formados
em torno de uma riqueza da terra. Curador está a 37 km da Matta (D. Pedro), e é
um núcleo que, pelo seu desenvolvimento, requer já a sua separação da Barra do
Corda, constituindo-se em um município independente. O povo cerca o carro
Presidencial, e, enquanto mulheres e crianças vem admirar a efígie de Santa
Teresinha colocada junto ao dispositivo do velocímetro como padroeira da
excursão, Frei Heliodoro, um simples, inteligente e operoso missionário, faz ao
povo, junto às paredes do templo em construção, o panegirico do Presidente
Magalhães de Almeida”. Apesar das palavras alvissareiras do orador, levaríamos mais 15 anos até a publicação do Decreto Lei
que elevou o Curador à condição de município emancipado.
Na primeira foto acima, a
comitiva oficial descansa e posa junto à população do povoado Olhos D’água,
situado entre Pedreiras e o Curador. Na segunda fotografia, o povo da Mata do
nascimento (D. Pedro), saúda a comitiva presidencial.
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